O efeito efêmero das vitórias

Confira a coluna desta quarta-feira (8) do comentarista Wilton Bezerra

Legenda: O ex-goleiro Rogério Ceni tem uma carreira breve, mas com muitos capítulos como treinador
Foto: Rubens Chiri / São Paulo

Dirigentes do futebol brasileiros são zelosos ao azeitar a máquina de moer treinador.

Mesmo as vitórias têm um efeito efêmero como a glória da flor.

Os gestores parecem atribuir ao técnico poderes de um feiticeiro.

Os treinadores apressados em se destacar com trabalhos autorais, como se fosse possível reinventar o futebol de 15 em 15 minutos.

Uma paranóia.

Para completar, uma crítica impiedosa com treinadores em muitos casos.

Não é possível, por exemplo, aceitar que se descarte Rogério Ceni da relação dos diferenciados.

Contrariando Keynes (economista britânico), "a longo prazo todos estaremos mortos". Com prazo, Ceni fez no Fortaleza um trabalho revolucionário.

No Cruzeiro não conta: jogadores insubordinados e direção apodrecida.

No Flamengo, cujos problemas só serão resolvidos com a volta de Jesus, foi campeão brasileiro.

Quem conhece Ceni sabe que trabalha com afinco, tem boas idéias.

No São Paulo, à frente de um time desfibrado, já sofre alguns arranhões na sua condição de ídolo como se não tivesse herdado uma herança de "séculos" de desmanches.

Na fogueira das insanidades quem arde é o futebol.



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