Ganho minha vida comentando futebol no nosso Ceará “bonzinho que faz gosto” e daqui ninguém me tira, mesmo porque não sei de alguém que tenha tentado fazer essa besteira inominável.
Faço, aqui e ali, alguns reparos ao que dizem os nossos “confrades” (palavra em desuso) a respeito do futebol mal jogado no Brasil.
Não me move nenhuma inveja (a inveja é o mau hálito da alma) por não estar no lugar deles, trabalhando em veículos instalados nos centros decisórios do país.
Não é nada disso, embora reconheça que, por nossas bandas, a voz que vem de fora tem uma maior ressonância por puro comportamento de colonizados.
É inegável o esforço da mídia (ai de nós não existissem as exceções) em incensar times, jogadores e treinadores, criando falsos patamares e expectativas como que querendo salvar o produto futebol.
Do nosso ponto de atalaia temos observado, há bastante tempo, a tolerância com o futebol de má qualidade.
Quantas vezes me reportei aos malditos aforismos como “os três pontos é que importam, jogar bem e secundário”, “futebol de Libertadores é isso aí mesmo”, “em partida decisiva nenhum time joga bom futebol”, só para citar repetidas “justificativas”.
Só faltaram dizer que o “jogar feio e vencer” deveria ser reconhecido como um novo paradigma.
Para minha surpresa, tenho lido e ouvido algumas críticas estridentes depois de um péssimo jogo entre Palmeiras X Atlético Mineiro, dois times de maior orçamento do futebol brasileiro.
Ora, onde está a novidade para tamanho susto?
Em quantos clássicos (para não falar em jogos menores) não passaram o pano no espancamento da bola?
Claro, que, essa reação se potencializou porque se tratar de um jogo de semifinal da Libertadores.
A mídia esportiva não pode ter uma posição acrítica e contentar-se apenas em ser agradável em suas narrativas.