Fazer o que o “coração” pede

Confira a coluna desta terça-feira (14) do comentarista Wilton Bezerra

Legenda: Dorival Júnior deixou o Ceará e acertou com o Flamengo em 2022
Foto: Gilvan de Souza / Flamengo

Mudar as coisas, a partir dos outros, é a coisa mais fácil do mundo.

"Dar de pau" em cima de um treinador que se transfere de um clube para o outro é atitude de torcedor, mesmo.

Ou não seria tão simples assim?

A mídia esportiva se ocupa deste tipo de assunto, dando-lhe, a exemplo do torcedor, ares de luto pela "perda".

Chega mesmo a tomar partido.

Em outras atividades, as transferências, por mais milionárias que sejam, são encaradas com naturalidade.

No futebol, quando um treinador troca de clube é logo tratado como antiético, covarde, mal agradecido e outras "adjetivações".

Na demissão, não vai nenhuma tinta para o gestor que o despacha. "Normal", dizem logo.

Isso tudo alimenta uma mania do futebol brasileiro: a compulsão pela demissão de treinadores.

Mas, tem uma coisa nova nessa questão: o torcedor não pede nas arquibancadas apenas a cabeça do treinador. A do dirigente pode seguir, também, como brinde.

Como recheio de toda essa muvuca, segue outro hábito: o de contratar técnicos que falem outra língua.

Até os que falam javanês estão perfeitamente habilitados. A barreira da língua não é problema.

Sim. O Dorival Júnior afirmou que fechou com o Flamengo porque o seu coração pediu.

E aí, qual é o problema de uma pessoa ter o seu coração no bolso ou na necessidade do estrelato?

O entrar e sair do futebol é que não pode gerar consternação.

Ouçamos o nosso coração.

Depois, vocês me dizem.



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