Mudar as coisas, a partir dos outros, é a coisa mais fácil do mundo.
"Dar de pau" em cima de um treinador que se transfere de um clube para o outro é atitude de torcedor, mesmo.
Ou não seria tão simples assim?
A mídia esportiva se ocupa deste tipo de assunto, dando-lhe, a exemplo do torcedor, ares de luto pela "perda".
Chega mesmo a tomar partido.
Em outras atividades, as transferências, por mais milionárias que sejam, são encaradas com naturalidade.
No futebol, quando um treinador troca de clube é logo tratado como antiético, covarde, mal agradecido e outras "adjetivações".
Na demissão, não vai nenhuma tinta para o gestor que o despacha. "Normal", dizem logo.
Isso tudo alimenta uma mania do futebol brasileiro: a compulsão pela demissão de treinadores.
Mas, tem uma coisa nova nessa questão: o torcedor não pede nas arquibancadas apenas a cabeça do treinador. A do dirigente pode seguir, também, como brinde.
Como recheio de toda essa muvuca, segue outro hábito: o de contratar técnicos que falem outra língua.
Até os que falam javanês estão perfeitamente habilitados. A barreira da língua não é problema.
Sim. O Dorival Júnior afirmou que fechou com o Flamengo porque o seu coração pediu.
E aí, qual é o problema de uma pessoa ter o seu coração no bolso ou na necessidade do estrelato?
O entrar e sair do futebol é que não pode gerar consternação.
Ouçamos o nosso coração.
Depois, vocês me dizem.