Do drama ao patético

Foto: Thiago Gadelha

Nunca é demais dizer que o futebol é um misto de jogo, entretenimento, conflito, baile, combate e drama.

Diante de um frágil Coritiba, o Fortaleza foi lento nas ações, tentou as jogadas de aproximação e depois a bola longa, e danou-se a perder gols com David.

Carregando o seu compromisso com a vitória para a categoria de drama, levou um gol antes da primeira hora de jogo, e tornou a respiração ofegante.

O Tricolor era melhor em campo porque, simplesmente, não podia ser inferior ao Coritiba.

Eis que surge mais uma constatação que o futebol não é binário.

Se por meios consagrados David estava condenado a sair como vilão, pelas chances desperdiçadas, por linhas tortas cruzou uma bola para Natan marcar contra.

Um minuto depois, num momento de iluminação, o atacante abraça a condição de herói ao tirar do goleiro depois de receber passe magistral de Luiz Henrique. 

O ato final do drama se estendeu por todo o segundo tempo: o Fortaleza tinha o domínio do jogo, não era incomodado pelo adversário, mas não fechava a conta.

Instalou-se num jogo ruim, uma atmosfera de vazio e nervosismo.

Aos trinta e oito, Tinga tenta finalizar e o chute torto vai encontrar Wellington Paulista, na pequena área, para finalizar de letra.

Do extremamente sério para o patético, precisou-se apenas de uma penalidade marcada contra o Coxa nos acréscimos.

Wilson, goleiro, mexeu-se antes da cobrança de Wellington Paulista, defendeu a penalidade, o que resultou na sua expulsão por já ter cartão amarelo.

Foi para o gol o meia Sarrafiore que nem na sua infância brincou de goleiro, mas foi capaz de defender a segunda cobrança do artilheiro tricolor.

Ah, sim: além desse lance e de um gol contra, o jogo registrou duas expulsões.

Fortaleza não deve se iludir muito com a vantagem do placar, visando jogos contra Vasco da Gama e Bahia, aqui.