Contornável

Confira a coluna desta quarta-feira (24) do comentarista Wilton Bezerra

Legenda: A torcida do Ceará lotou a sede do clube para acompanhar partida de estreia no Campeonato Cearense
Foto: Gabriel Silva / Ceará

Em pouco tempo, nos últimos anos, o futebol cearense passou a mostrar exemplos de boas gestões, através de Ceará e Fortaleza.

Na nossa visão, de uma forma inconsciente. Evandro Leitão e Marcelo Paz despontaram, entre outros, com a capacidade de mudar paradigmas reinantes.

Os valores das nossas locomotivas subiram tanto que provocaram interesse Brasil afora sobre modelos de gestão utilizados.

Estádios lotados, recursos financeiros de várias fontes e tudo sob rigoroso controle.

Vai que uma das máquinas, o Ceará, sai um pouco dos trilhos, trepida fora deles e mostra que o arcabouço não é tão invulnerável assim.

Queda de divisão, péssimo desempenho e investimentos errados. Não gastou muito, gastou mal.

Agora, deixou de cumprir o combinado com o jogador Barletta. O mesmo aconteceu com o time do Floresta, em repasse de valores de Marcos Victor.

E se descobre que o time dorme com uma dívida com a Receita Federal de R$ 46 milhões.

Problemas incontornáveis? Claro que não.

Só que essas revelações não teriam tanto impacto, se houvesse uma coisa chamada transparência.

Não existe detergente melhor que o sol.

Esconder os exames para curar a doença não é a saída.

O presidente alvinegro se pronunciou sobre os problemas e não negou nada.

Nelson Rodrigues já dizia que: "Num País em que muitos devem, não se deve matar ou morrer por uma dívida".

Só tem uma coisa. Não justifiquem as dívidas, porque outros clubes devem mais.

Se devem mais é porque podem dever mais. "Passarinho que come pedra, sabe o estômago que tem".

Se esgueirando e tomando cuidado com as curvas mais fechadas do caminho, o Ceará pode "aprumar o xote".

Pode não, precisa.