Como se cornucópia fosse

Foto: CBF

A CBF anunciou o calendário esportivo para 2021, como se fosse uma cornucópia para o futebol brasileiro.

Nada mais é do que uma piada oficial sem graça, carregando a obrigação de arrancar falsos risos.

Deixa de ser um começo de temporada, porque arrasta retalhos da temporada passada esmagada pela pandemia.

Para clubes de ponta, responsáveis pelo futebol como indústria do entretenimento, é a certeza de que enfrentarão os mesmos problemas de sempre, numa programação inchada.

Quem manda no futebol brasileiro, ignora a obrigação de colocar o futebol do país em bases empresariais seguras.

E o pior: não se escuta sequer um gemido por parte dos clubes, maiores responsáveis por essa importante atividade socioeconômica.

Desta feita: nem férias, nem pré-temporadas e os campeonatos estaduais com inícios marcados para 18 de fevereiro, quatro dias após o encerramento do campeonato brasileiro de 2020.

As competições programadas não devem parar para a realização da Copa América e Eliminatórias, com sérios problemas para clubes que cederem jogadores convocados.

Surpreende ainda mais quem defende que a culpa é tão somente da pandemia que assola o mundo.

Desconhece que, nesse país, esteve sempre na moda tomar posições exóticas para chamar atenção. Mesmo que ridículas.

Impressionante como nosso futebol faz força para figurar na periferia.