Não sei por onde começo a falar sobre esse Ceará 2 x 2 Bragantino, cujos efeitos do seu arrebatamento ainda são sentidos.
De repente, uma frase de Nelson Rodrigues aparece como bóia de salvação para o comentarista: “A velocidade é um prazer dos cretinos”.
Claro, que, o maior frasista do Brasil não se referiu ao futebol.
Entanto, tivesse o velho Nelson assistido o jogo do Castelão e a frase se referisse ao ritmo da partida, tenho certeza de que faria uma concessão.
O maior jogo do ano em emoção teve uma velocidade perene inigualável, auxiliada pela fúria de dois times que brigaram até o final do tempo dado para os descontos.
Uma velocidade na disputa que não tisnou o futebol na sua essência.
O Bragantino aproveitou dois vacilos do Ceará e não concedeu o perdão.
O corpo do zagueiro Fabrício Bruno serviu para que as finalizações de Gabriel Santos e Gabriel Lacerda penetrassem do gol do Bragantino.
O cerco que o alvinegro impôs ao time paulista, no segundo tempo, foi uma dessas batalhas definitivas contra a judiação do placar adverso.
Fosse uma peça teatral, ao final do jogo, o público sairia fascinado, tomado pela emoção e gritando: “O Autor, O Autor, o Autor”!
Ah, sim, decidi que compreender a arbitragem e suas regras atuais é esforço inútil.
Viva o futebol.