Quando Rogério Ceni deixou o Fortaleza para a aventura mal fadada no Cruzeiro, escrevi texto falando de sua trajetória de grande sucesso à frente do tricolor.
Agora vou ser mais leve, rápido e poético, me valendo de um verso de Pinto do Monteiro. o maior violeiro-repentista do Brasil, que fala sobre hospitalidade.
"Eu estando em casa ou não.
Empurre a porta e arme a rede.
Se estiver com fome, coma.
Se estiver com sede, beba.
E se quiser se balançar, empurre o pé na parede."
E com esse grau de receptividade, Rogério Ceni iniciou uma relação de amor e trabalho de três com o Fortaleza, interrompida por uma escapulida até Belo Horizonte.
Nunca treinador e clube fizeram tanto um pelo outro, na história do futebol cearense.
O ex-ídolo do São Paulo apontou para o futuro, e vocalizou para os gestores tricolores qual o lugar que deveria ser ocupado pelo Fortaleza no cenário nacional.
A isso se chama consciência de grandeza, sentimento um pouco distante de quem faz futebol por aqui.
Rápido, como anunciei, “sugiro” uma despedida. difícil de ser traduzida, com o silêncio .
Mesmo porque, nas separações, mesmo amigáveis, o melhor e mais eloqüente é dar adeus em silêncio.
Segue o forró.