A Hora do Pesadelo

Num Campeonato Brasileiro chafurdado pelo vírus e, em algumas oportunidades, pelo VAR, o mais importante foi o não esvaziamento da disputa na guerra pelo título e, porque não dizer, na luta contra o rebaixamento.

Não costumo fazer previsões em futebol, nem mesmo para ganhar dinheiro, tanto que nunca joguei na loteria esportiva.

Cheguei a imaginar que o São Paulo, ao conseguir colocar uma vantagem de sete pontos de vantagem na liderança, seria capaz de colocar um troféu de campeão no currículo de Fernando Diniz.

Num dado momento, quase me convenci que o Atlético Mineiro do menino maluquinho, Sampaoli, botaria a mão na taça, o que não acontece desde 1971.

Não fiz fé no Internacional de Porto Alegre, até Abel Braga provar ser preciso saber usar a pólvora para embelezar em fogos de artifício, ao invés de estragá-la em traques sem efeito.

O Flamengo, mesmo com o melhor elenco do futebol brasileiro, foi uma sucessão de sobressaltos capaz de fazer inveja a filmes de terror.

Pelo glorioso sistema de pontos corridos, o Internacional pode ser campeão de 2020 com uma vitória neste domingo no Maracanã.

São duas equipes de características diferentes: o Flamengo joga e o Internacional trabalha.

Rogério Ceni acha a posse de bola indispensável ao estilo de jogo do seu time.

Abel Braga, nem tanto, já tendo afirmado que o problema é quando se tem a posse maior da redonda.

Descendo para nossa tribo, há quem julgue a atitude do Ceará, em dar férias antecipadas a jogadores importantes, desprezo por um lugar na Sul-Americana ao cabo de duas partidas contra Coritiba e Botafogo.

Ora, ainda assim, o time de Guto Ferreira vai dispor de uma formação capaz de segurar a forma de jogar do alvinegro com jogadores do nível de William Oliveira, Naressi e Charles para o setor mais afetado – o meio-campo.

No caso do Fortaleza, a temperatura sobe por representar o jogo contra Bahia o salvo-conduto para o Tricolor permanecer na elite.

Vou repetir: o ser humano é primitivo em lidar com os sentimentos e, neste jogo, há uma preparação para o resultado positivo da equipe de Enderson Moreira.

Renunciar a este sentimento torna-se impossível, o que implica na necessidade de paciência, jeito e competência do time tricolor diante de tão delicada situação.