A união política contra os Ferreira Gomes no Ceará pode fazer com que a oposição local tenha até três palanques presidenciais em torno do nome de Capitão Wagner ao Palácio da Abolição no ano que vem.
Na base do presidente Jair Bolsonaro (PL), o pré-candidato tem aceitado apoio inclusive de quem reforça críticas ao bolsonarismo no Estado. O deputado explica que a união heterogênea é possível porque o principal "foco é tentar agregar uma frente ampla de oposição ao grupo que aí está". "O palanque é aberto, é amplo", diz.
Prestes a ingressar no União Brasil, Wagner tem colocado a pré-candidatura como palanque bolsonarista no Ceará. Quem deve aderir também à candidatura do Capitão é o senador Eduardo Girão (Podemos), que já declara publicamente apoio ao nome do ex-juiz Sergio Moro à presidência da República.
Durante evento de filiação do empresário Geraldo Luciano ao Podemos, na noite dessa sexta-feira (17), o senador disse que o partido quer participar da chapa de Wagner ao governo, mesmo com diferenças a nível federal. "Meu candidato é o Moro, vou trabalhar forte pelo Moro", disse à coluna.
Segundo Wagner, as conversas com o MDB estão caminhando bem, apesar de o ex-senador Eunício Oliveira já ter batido o martelo sobre o apoio à pré-candidatura de Lula à presidência da República — Lula que é o principal adversário de Bolsonaro para a disputa eleitoral que se aproxima.
Tenho dito que minha pátria é o Ceará. Estamos conversando com o MDB e a tendência do Eunício é votar no Lula. Ele quer votar no Lula federalmente e quer votar na gente a nível de governo. Mesma forma é o Podemos que tem a candidatura do Moro a nível nacional e pode estar conosco no palanque, a tendência é essa. Como o PL que deve estar conosco e ter a candidatura do Bolsonaro
"Desafio"
Apesar das diferenças, com Girão discordando do apoio de Wagner a Bolsonaro, o senador disse à coluna que "o grande desafio no Ceará é derrotar a oligarquia dos Ferreira Gomes" e que por isso deverão estar juntos em outubro.
Ex-eleitor de Bolsonaro, Girão voltou a dizer que nunca foi da base de apoio ao presidente no Senado. Agora, faz críticas à gestão federal.
"Eu sempre tive essa bandeira da Operação Lava Jato. Fui inspirado a estar na política pela Lava Jato. Com relação às pautas de corrupção foi uma coisa que foi se afastando das bandeiras que o presidente pregou durante a campanha", diz.
A expectativa é que o pré-candidato Sergio Moro visite o Ceará na primeira semana de fevereiro. Além da Capital, o ex-juiz deve ir ao Cariri — terra do governador Camilo Santana e que constantemente é visitada também pelo presidente Jair Bolsonaro.