O deputado federal José Guimarães (PT), que é líder do governo Lula na Câmara dos Deputados, disse não saber sobre o desdobramento da promessa dele de levar o deputado federal André Fernandes (PL) ao Conselho de Ética após investigação dos atos terroristas em Brasília.
Um dia depois dos ataques nos Três Poderes, o parlamentar fez uma publicação nas redes sociais prometendo ação no parlamento contra pelo menos dez deputados federais – entre eles estava André Fernandes.
"Vamos levá-los pro Conselho de Ética e cassar o mandato deles. São fascistas e criminosos que ameaçam o estado democrático de direito", escreveu.
Um mês depois, o petista disse que não é papel dele formalizar a denúncia, e sim dos partidos. "Líder de governo não denuncia ninguém, quem denuncia são as bancadas. É a bancada do PT quem está tratando disso", afirmou ao repórter Igor Cavalcante.
Questionado também se a denúncia seria de fato formalizada, o deputado desconversou. "Não sei, é a bancada do PT quem está cuidando".
Investigação
André Fernandes é investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por estimular atos golpistas presenciados no dia 8 de janeiro em Brasília.
Militantes antidemocráticos pediam intervenção militar enquanto depredavam o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF.
O deputado cearense passou a ser investigado no fim de janeiro, após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do (STF), que atendeu ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Fernandes é suspeito dos crimes de “terrorismo, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, ameaça, perseguição e incitação ao crime”.
O cearense publicou, na sexta-feira (6), antevéspera dos atos golpistas, vídeo e comentário no Twitter afirmando que no fim de semana ocorreria o primeiro ato contra o governo Lula.
Depois da invasão, ele postou foto da porta do gabinete do ministro Alexandre de Moraes vandalizada pelos terroristas com a legenda: “quem rir vai preso”.
Deputado nega incitação
Em contato com o Diário do Nordeste logo após as primeiras denúncias de participação nos eventos, André negou que tenha incitado os atos na Capital Federal.
“Não tinha como adivinhar a tragédia que iria acontecer. Não participei do ato, não estive em Brasília sequer, não incentivei e ainda fui um dos primeiros a repudiar os atos de vandalismo”, escreveu André Fernandes.
Colaborou o repórter Igor Cavalcante
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