Apesar da disputa entre lideranças partidárias, prefeitos não são garantia de vitória nas urnas

Mais prefeitos podem se desfiliar nos próximos dias

Legenda: Candidaturas têm buscado acordo com prefeituras cearenses
Foto: Fabiane de Paula

Confirmadas as candidaturas ao Governo do Ceará, o segundo momento da pré-campanha é pactuar as alianças com prefeituras.

Desde o início da data das convenções, gestores públicos municipais têm anunciado desembarques das legendas. A ideia é ficar livre para apoiar as candidaturas independente da posição partidária.

PDT, PSD, PSB, PL, entre outros, perderam filiados na última semana no Ceará. Com regras diferentes, prefeitos podem mudar de partido a qualquer momento neste ano sem implicações.

A prática de acordos pré-eleitorais é legítima, mas esbarra na crença de que a quantidade de prefeitos pode garantir a eleição de quem quer que seja. É preciso ainda combinar com os eleitores.

É claro que a força da gestão pode ajudar candidatos a vencer a disputa. A militância, mais engajada, pode fazer a diferença.

Por outro lado, há derrotas em que a estrutura de governo não surtiu o efeito esperado – seja em municípios menores ou até na Capital.

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Em 2014, a prefeitura de Fortaleza, embora nas mãos do aliado Roberto Cláudio, não deu vitória à Camilo Santana, que disputava a primeira eleição para governador.

Eleito governador em 2014, dois anos depois o petista não conseguiu eleger seu aliado para a prefeitura de Barbalha. Fernando Santana foi derrotado pelo tucano Argemiro Sampaio.

Exemplos como esses indicam que apoios não resolvem uma eleição. Há prefeitos desgastados e com grande risco de não se manter no governo no próximo pleito. Nem todo apoio entrega um resultado positivo para os aliados. A conta bruta é arriscada.

Candidaturas que não conquistam o apoio de prefeitos, partem para nomes da oposição no município, mesmo que com menor poder de fogo. Em alguns casos, até vereadores e lideranças comunitárias são procuradas para pactuação.

Até o começo da campanha eleitoral são esperadas novas desfiliações de prefeitos cearenses, seguindo esse movimento.

Na grande maioria dos casos, quando as candidaturas não conquistam apoios, o discurso se adapta repentinamente: é a aliança com o povo, sem a necessidade de partidos para a intermediação. 

Discurso indesejado para alguns poderia ser adotado antes do fracasso das tratativas de bastidores. Soaria natural, e não como um lamento.



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