O mais novo ministro do Supremo Tribunal Federal, André Mendonça, aprovado nesta quarta-feira (1°) pelo Senado Federal, precisa ter responsabilidade com o País e cumprir a Constituição.
Apesar da pauta religiosa ter sido decisiva na indicação dele pelo presidente Jair Bolsonaro, não é a bíblia que deve alimentar as decisões de Mendonça pelos próximos 26 anos na Suprema Corte.
O STF é bem diferente da AGU (Advocacia-Geral da União), função ocupada pelo advogado enquanto "funcionário" de Jair Bolsonaro. Lá, o ministro não deve agradar aliados nem acenar a assuntos estritamente conservadores — precisa ser técnico.
A "bíblia" de Mendonça precisa ser a Constituição brasileira. Aliás, a religião nem deveria ter ganhado tanto protagonismo nessa novela que foi a indicação do ex-ministro de Bolsonaro ao STF.
As indicações presidenciais são naturais. E é claro que o presidente vai indicar um nome que lhe agrade. O que é inadmissível é a existência de qualquer brecha de que a crença religiosa se sobreponha à legislação brasileira.