O início de Série B do Ceará seria complicado pelos 3 jogos iniciais como mandante de portões fechados. Mas as complicações se avolumaram com a chegada na final da Copa do Nordeste, que complicou o foco para pelo menos 3 rodadas. Sem falar a mudança de técnico após duas derrotas (Ituano e Guarani), saindo Morínigo e entrando Eduardo Barroca. Ou seja, muita coisa para um início de Série B, que foi ruim, obvio, e o clube precisaria realizar uma campanha de recuperação.
Por isso vencer o Tombense neste sábado no PV era tão importante. A vitória por 2 a 0 foi conseguida com dificuldade, a atuação não foi das melhores, mas a equipe precisava dos 3 pontos para deixar o Z4 e enfim, começar a Série B de verdade. Digo isso porque, o jogo no PV foi o último de punição, sem torcida no estádio. Isso o Ceará pagou. A partir de agora, a torcida alvinegra estará no estádio para apoiar o time e o ganho é imenso.
Segundo, Barroca precisava vencer o jogo. A derrota para o Vitória foi pesada - 2 a 0 no PV na quarta com uma atuação terrível - e um tropeço hoje poderia representar uma pressão imensa para dois jogos fora de casa, sem falar na distância para o G4 que iria aumentar.
Então, podemos dizer que a vitória dá ao Ceará um recomeço na Série B e o prejuízo para o G4 é de 4 pontos. O clube terá 32 rodadas para tirar a diferença e buscar o acesso, em uma competição parelha, sem um bicho papão.
Claro que para conseguir o acesso - para qual o Ceará é um dos favoritos ao lado de Criciúma, Guarani, Sport e Atlético/GO - vai ter que jogar mais e se tornar um time mais seguro.
O nível da Série B é bom, existem pelo menos 10 times competitivos e o Vovô precisará ser um deles.
A equipe já começa a ter a cara de Eduardo Barroca, mais propositiva, com mais posse de bola, e menos vertical, com mais paciência para definir as jogadas. Com Morínigo, o Ceará tinha uma transição muito veloz e menos posse.
Contra o Tombense, a escalação mostrava o que Barroca queria. A ausência de um ponta com Janderson, com Chay sendo titular, foi uma prova que o time tinha que ser mais cerebral e cadenciar mais o jogo.
Jean Carlos ganhando a vaga no meio de Castilho também indicava isso, pela maior qualidade dele no passe.
E Nicolas na frente no lugar de Vitor Gabriel para dar mais mobilidade e ter um centroavante com melhor passe para conexões.
Claro que VItor Gabriel é artilheiro nato, que Janderson ainda pode ser muito útil como titular - ele entrou na vaga de Erick no 2º tempo - e Castilho tem qualidade para ser meia ou até volante. Mas são mudanças que mostram como Barroca pensa o time.
Para o treinador, é a tranquilidade para trabalhar, e ter a condição de com ela, melhorar o coletivo do time. Claro que ainda existem ajustes defensivos a fazer, mais dinâmica no meio e finalizar mais.
O Ceará tem pontencial para entrar no G4 e não sair mais, mas terá ainda que aprimorar o novo estilo de jogo. Serão 2 jogos fora de casa - Criciúma e Londrina - sem a pressão absurda por resultado.
Quem sabe a equipe não pontue bem e chegue para o jogo com Novorizontino no dia 28 no PV embalado e com apoio maciço das mulheres e crianças alvinegras no estádio? Seria o cenário ideal.