O 13º Dia da Copa do Mundo prometia ser tranquilo para o torcedor da Seleção Brasileira. Afinal, o Brasil já estava classificado para as Oitavas de Final e enfrentaria Camarões com um time reserva, em um 'amistoso" de luxo pela 3ª rodada da fase de Grupos antes do mata-mata da Copa.
A ideia de Tite parecia sensata, já que na segunda-feira o Brasl já jogaria pelas Oitavas de Final e evitaria um desgaste de seus jogadores titulares. E para os reservas, de comprovada qualidade, a chance de mostrarem seu futebol e que poderiam ser úteis na sequencia da Copa. Deixar todos em ritmo de jogo, confiantes e motivados por terem ganho minutos na Copa era o cenário ideal para os mata-matas.
Mas veio a derrota para Camarões por 1 a 0. E a comprovação de que a atuação foi ruim e as escolhas nem tão acertadas assim. Ficou provado que um time inteiro de reservas deixaria a equipe sem entrosamento e foi claro que as dinâmicas em campo não foram das melhores. Assim, sobrou individualidades e pouco jogo coletivo. Natural, pois a formação era inédita e desentrosada.
Além disso, o Brasil colocou em risco sua 1ª colocação ao perder o jogo, já que se a Suiça faz mais um gol diante da Sérvia - um dos fiascos da Copa - o Brasil cairia para 2º. E não foi um risco calculado.
Uma coisa é um jogador reserva entrar em campo com um time titular e render com uma equipe coletivamente pronta e entrosada. Outra coisa é todos entrarem em campo juntos.
A defesa não funcionou. A começar por Daniel Alves, que teve em seu setor grande parte dos ataques de Camarões. Ele errou a maioria dos cruzamentos. A zaga não deu liga, com Militão e Bremer, com ambos mal posicionados no gol de Abubakar.
Como agravante, Alex Telles, que fazia uma partida razoável, sentiu no início do 2º tempo e o zagueiro Marquinhos precisou jogar improvisado na lateral-esquerda, se sacrificando e dificultando a criação de jogadas por ali.
No gol, Ederson fez boas defesas e não pode fazer nada no gol de Camarões.
Os volantes - Fred e Fabinho - fizeram uma partida razoável, mas cairam junto com o time no 2º tempo.
Ao entrar no lugar de Fred, Bruno Guimarães se apresentou para o jogo, mas perdeu chances claras e errou demais nas decisões defensivas e ofensivas. O outro meia que entrou no decorrer do jogo, Everton Ribeiro, conseguiu armar algumas jogadas, mas seus companheiros desperdiçaram.
Quanto aos atacantes de lado, nem Anthony, nem Rodrygo conseguiram vencer duelos individuais contra a marcação.
Já na referência, Gabriel Jesus foi apagado, não conseguiu finalizar nem dar velocidade aos lances e saiu vaiado pela torcida no estádio. Seu substituto, Pedro, finalizou duas vezes, mas errou as duas.
O melhor do Brasil no jogo foi Martinelli. O atacante mostrou presença de área, se apresentou, seja no jogo aéreo ou em finalização. Ele jogou solto e fez sua parte.
As lições tiradas da partida é que o Brasil que nenhum dos jogadores que estiveram em campo colocaram dúvidas na cabeça de Tite por uma vaga no time titular. Claro em outro contexto, jogando com a companhia todos os titulares, um reserva pode render. Rodrygo, que deve ser o substituto de Neymar - que só deve voltar nas quartas - rende muito mais ao lado de Vini Junior, Richarlison e companhia.
A lateral-esquerda também é um problema com a lesão de Alex Telles no jogo de hoje, a indisponibilidade de Alex Sandro e está provado pela partida desta sexta que Daniel Alves não pode ser titular em jogos mais pesados e decisivos. Nem improvisado na esquerda, nem na posição dele. Assim, o Brasil pode acelerar a volta de Danilo pela necessidade. E no meio, Fred jogou bem melhor do que Bruno Guimarães e deve ser titular nas Oitavas.
O chaveamento do Brasil ficou mais fácil do que se imaginava. Enfrentar a Coreia do Sul é bem melhor do que Uruguai ou Gana, que fariam jogos mais físicos e possuem mais qualidade técnica, principalmente os Uruguaios. O Uruguai, aliás, foi eliminado de forma dramática, com o gol da Coreia do Sul nos acréscimos contra Portugal, mas sua queda está na conta do treinador que jogou para empatar na estreia contra os coreanos, armando um time ultra-defensivo e sem Arrascaeta. Os pontos daquela partida fizeram falta.
E pensando nas quartas caso avance, Croácia ou Japão são menos complicados que a Espanha, que 'fugiu do Brasil, ao perder na última rodada.
Assim, o caminho até as semifinais está trilhado sem maiores problemas. Só nas semis o adversário poderia de mais peso: Argentina ou Holanda.
É aguardar como o Brasil se comportará nos mata-matas em uma Copa tão imprevisível.