Setor imobiliário do Ceará ganha tecnologia de tokenização; entenda como funciona

Programa criado pela proptech netspaces permite que construtoras, incorporadoras e demais empresas do segmento ingressem no universo das transações imobiliárias digitais

Foto: Shutterstock
Página apoiada por:

A plataforma para criação, transação e gestão de propriedades digitais netspaces acaba de disponibilizar seu programa de tokenização imobiliária para empresas do Ceará.

O recurso permite que construtoras, incorporadoras e demais players do segmento realizem transações imobiliárias em ambiente digital, protegidas pela tecnologia blockchain. Os primeiros municípios da região a contar com a alternativa são Aquiraz e Eusébio, cidades cujos segmentos imobiliários estão entre os mais aquecidos do Estado.

“Nós priorizamos municípios de 200 mil a um milhão de habitantes, que possuem grande atividade imobiliária, especialmente residencial, uma vez que buscamos popularizar o acesso à propriedade digital de imóveis. A representação digital de um ativo real, nesse caso um imóvel, permite sua venda, gerenciamento, divisão em várias partes ou transferência de sua posse, sem toda a burocracia já conhecida do setor”, diz o fundador e CEO da netspaces, Andreas Blazoudakis.

A expectativa da netspaces é viabilizar cerca de 100 licenças do programa de tokenização imobiliária até o fim de 2024. Como é disponibilizada apenas uma licença para cada cidade, a proptech estima chegar a 100 municípios brasileiros diferentes ainda este ano. Até o momento, além do Ceará, a tokenização imobiliária já ocorre em 70 cidades ao redor do país, como Cabedelo (PB), João Pessoa (PB), Mossoró (RN), Natal (RN) e Lauro de Freitas (BA).

Entenda a digitalização do imóvel

Ao digitalizar um imóvel, ele fica representado em forma de token na carteira digital de cada proprietário. Como o token é do tipo NFT (non fungible token), ele poderá ser fracionado em várias partes, cedido ou vendido de forma automática, direto na plataforma da netspaces. Assim, os proprietários recebem uma divisão de receitas por qualquer transação eletrônica dos imóveis.

A tecnologia de blockchain atrelada à plataforma garante que as transações sejam rastreáveis e estabelece smart contracts que automatizam tarefas de verificação de informações, gerenciamento de garantias e processamento de pagamentos. Isso diminui a intervenção humana em toda a jornada e a probabilidade de erros.

A decisão de abrir o sistema da empresa acontece após três anos da criação e pedido de patente do conceito de Propriedade Digital pela netspaces. Isso possibilita que negócios regionais possam operar a tokenização de imóveis seguindo um mesmo padrão. Para Vinícius Dambros, Diretor de Crescimento da netspaces e executivo à frente do projeto, a tecnologia desperta um interesse genuíno do setor para a inovação.

“Em nosso primeiro lote de licenciamento, lançado com número reduzido em janeiro deste ano, tínhamos como meta atingir vinte municípios em três meses, algo que alcançamos já nos primeiros trinta dias do lançamento. Devido à alta procura, já estamos avaliando mais participações. Sabemos o quanto é importante compartilhar nossa tecnologia e arranjo jurídico envolvendo a tokenização imobiliária para democratizar o acesso à propriedade privada de imóveis digitais no país”, destaca Dambros.

Para complementar, serão entregues mais de mil NFTs gratuitos de imóveis reais para a população de cada município licenciado no programa. Com essa ação, a empresa estima elevar o número de consumidores com carteira digital de imóveis em seu ecossistema de 30 mil, registrados em 2023, para 100 mil até o final de 2024.



Assuntos Relacionados