Mercado de energia por assinatura do CE se une e mira novos flancos de crescimento

Empresários se aliam para atacar gargalos e avançar, em meio a um ambiente regulatório instável

Escrito por
Victor Ximenes producaodiario@svm.com.br
Legenda: Evento exclusivo, realizado pelo Sindienergia-CE, contou com empresários de geração solar distribuída
Foto: Paula Amaral

Empresários do setor de energia por assinatura no Ceará reuniram-se na terça-feira (25), na Fiec, para debater soluções e estratégias para este mercado em ascensão. O evento foi promovido pelo Sindienergia-CE, presidido por Luís Carlos Queiroz.

Os investidores, que detêm centenas de usinas solares espalhadas pelo Ceará, afirmam que um grande desafio no atual cenário é manter a entrada de clientes aquecida, enquanto a carteira de usinas de geração distribuída (GD) cresce.

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Ainda relativamente novo, o segmento atravessa etapas comuns para um nicho em fase de amadurecimento, como "guerra de preços" entre os concorrentes e, consequentemente, dificuldade em atingir margens sustentáveis para os negócios.

A adição de várias empresas ao longo dos últimos anos pulverizou o mercado, que conta ainda com players gigantes do quadro nacional.

“Nossas usinas ficaram prontas todas de uma vez, então agora o desafio é trazer os clientes, praticando um preço que fique bom para todos os lados”, destacou o empresário Sayde Bayde.

De olho no setor público

O grupo de executivos também discutiu novas frentes potenciais de receitas. Uma das sugestões é  a criação de consórcios para contratos públicos de energia por assinatura.

O objetivo é ampliar a presença em um universo ainda pouco explorado, garantindo energia mais barata para prédios dos municípios e do Estado. A proposta será analisada conjuntamente, sob a batuta do Sindienergia-CE.

Regulação e incertezas jurídicas no foco das críticas

Outro ponto central da discussão é o ambiente regulatório. Empresários expressaram preocupação com mudanças frequentes nas regras do jogo, com a partida em andamento.

“Nós precisamos articular para que o Brasil de fato tenha um arcabouço regulatório alinhado com a transição energética — que nós não temos”, afirmou o empresário Gustavo Silva.

Segundo ele, o setor sofre com insegurança jurídica e imprevisibilidade. “Você toma a decisão de investimento em um cenário, e esse cenário vai mudando. Mas o investimento é feito naquele momento e você vai pagar ele até o fim”, diz.

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