Gasolina pode cair mais de R$ 1 com redução do ICMS, mas efeito deve durar pouco

Mercado espera novo reajuste por parte da Petrobras, que pode reduzir o alívio gerado pelo corte de imposto no preço final

Foto: Thiago Gadelha / SVM

O litro da gasolina pode cair, no máximo, R$ 1,50 com o novo teto do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), conforme especialistas consultados por esta Coluna.

Isso traria o valor do combustível de volta ao patamar dos R$ 6,00. Hoje, em Fortaleza, não há posto com gasolina abaixo de R$ 6,85. A maior parte dos estabelecimentos vende o produto na faixa de R$ 7,40.

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"O chamado pacote de redução de impostos dos combustíveis terá um efeito previsto, no caso do Ceará, de redução de R$ 0,60 no litro do diesel e R$ 1,50 na gasolina. Este efeito começaria a ser sentido não antes de 30 dias", projeta Bruno Iughetti, consultor da área de petróleo e gás.

O economista Ricardo Coimbra apresenta uma previsão mais contida. Para ele, o impacto direto no preço para o consumidor cearense não deve passar de R$ 0,90 por litro de gasolina.

Alívio vai durar pouco

Mas o problema é que esse alívio pode durar pouquíssimo. Mesmo que os valores caiam por um período, em razão do corte no imposto, a tendência é que a Petrobras, que segue política de paridade de preços com o mercado internacional, anuncie novo aumento no preço da gasolina em breve.

A defasagem atual da cotação da Petrobras aproxima-se de 20%, representando R$ 0,82. Desde março, não há novas atualizações no preço da gasolina.

"Caso a estatal quiser alinhar seus preços conforme determina sua politica de preços, terá que elevar o preço do litro de gasolina em R$ 0,82 e do diesel em R$ 0,95 o que impactaria o estimado para as reduções de efeito tributário", diz Iughetti, que não acredita no repasse completo por conta do impacto político que isso traria ao Governo Federal.

Já para Coimbra, o eventual aumento pode, inclusive, anular a queda gerada pelo corte do ICMS.

"Isso pode acontecer. Você gera todo um desequilíbrio de arrecadação nos estados e municípios, você gera uma bolha fiscal e o efeito sobre a redução efetiva no preço será muito pequeno ou quase nulo, visto que num segundo momento, teremos essa reposição no preço pela Petrobras", afirma o economista.



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