Cearense assume direção de estatal nuclear e terá papel estratégico no projeto de Santa Quitéria
Tomás Figueiredo Filho é escolhido para comandar pasta que conduz os projetos de urânio no País
O advogado e ex-deputado estadual cearense, Tomás Figueiredo Filho, foi indicado pelo Ministério de Minas e Energia para ocupar uma cadeira na diretoria da INB (Indústrias Nucleares do Brasil), estatal vinculada ao Governo Federal. A autarquia é estratégica para o setor nuclear brasileiro.
Especialista na área de mineração, Tomás assume a diretoria de Recursos Minerais, pasta incumbida de um tema crucial, a exploração e aproveitamento de jazidas de urânio no Brasil.
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A escolha põe o cearense em um papel relevante no âmbito do polêmico projeto da usina de Santa Quitéria, que tem o INB como parte do consórcio responsável, ao lado da Galvani.
O empreendimento ainda busca sinal verde do Ibama para avançar. Na última atualização do status, a autarquia ambiental levantou questionamentos ao consórcio, que terá 4 meses para responder.
Tomás reforça que a energia térmica de matriz nuclear assumiu no mundo um destaque como "a única opção sem emissão de gás carbônico com capacidade para gerar grandes quantidades de energia de que a sociedade moderna precisa" e pontua ainda "a sinalização do Governo de que pretende dar continuidade à construção de Angra 3 e retomar a extração de urânio brasileira".
"O principal desafio dentro dessa nova perspectiva é retomar a extração de urânio brasileira dentro das necessidades que nós temos, respeitando sempre as comunidades, nos territórios onde as minas e as jazidas conhecidas estão, em especial no Ceará, em Santa Quitéria, com segurança operacional e a minimização dos impactos ao meio ambiente", comenta.
Autoridade em mineração
Tomás Figueiredo tem raízes familiares em Santa Quitéria e é profundo conhecedor do projeto de exploração de urânio e fosfato, que já passou por várias mãos e fases ao longo de décadas.
Ele trafega com fluidez entre empresários e agentes do setor mineral e já integrou a diretoria da Agência Nacional de Mineração (ANM). Pode ser um trunfo para destravar o projeto, que encara severa resistência de ambientalistas e movimentos sociais.