O mundo está conectado. Essa é uma das expressões mais ditas com o advento da internet. Uma notícia que demorava horas, tornou-se instantânea. Em tempo real, os fatos são compartilhados, não só pelas “agências de notícias”, mas toda e qualquer pessoa através de seus smartphones.
O que não quer dizer que as pessoas estão em conexão consigo, com sua comunidade, com a natureza e com Deus. Com tanta correria, o automatismo toma conta do viver e, tais quais zumbis, caminham sem sentido, com as emoções e sentimentos anestesiados sem saberem para onde estão indo.
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Segue-se anestesiando-se através do consumo de álcool e de outras drogas, das compras compulsivas, dos relacionamentos superficiais e fugazes, do excesso de mídias sociais, na tentativa de fugir do vazio que sentem.
Se perguntarmos qual sentido da sua vida, ou simplesmente quais são seus defeitos e suas virtudes, a maioria das pessoas não saberá responder por desconhecer-se.
Sem se conhecerem, tenderão a continuar vivendo “empurrando com a barriga”, sem brilho e compromisso com a qualidade das escolhas, gerando sofrimento para si e para os outros.
Para que haja evolução, o indivíduo precisa conhecer-se e buscar a conexão com seus valores e princípios. Está conexão se consegue com a auto-observação dos pensamentos, sentimentos, comunicação e de suas ações.
Então, é preciso está com a mente onde seu corpo está, dedicando-se a vivenciar o mais inteiramente possível o momento presente, aqui e agora. Eu chamo de vivência plena.
Vivência plena é vivenciar plenamente o que estiver fazendo. Se está tomando banho, por exemplo, focar o pensamento na água escorrendo no corpo, nas sensações decorrentes desse ato simples. Muita gente o faz mecanicamente, pensando em outras coisas, e acaba não “sentindo”. Então, é comer, comendo. Caminhar, caminhando. É estar inteiro com as pessoas, sem se dividir com o pensamento distante ou com o celular.
Estando vivendo plenamente, a possibilidade de conectar-se com qualidade com o momento e com as pessoas é maior e, consequentemente, com autorresponsabilidade, poder fazer o melhor por si e pelos outros com que convive.
Dedicar momentos de contemplação, de conexão com a natureza, fortalece o ser. O simples fato de estar inteiro na praia, por exemplo, renova as energias. Mas, lembre-se da vivência plena, porque tem gente que vai na praia, mas não vê o mar, não sente o mar.
Faça um exercício agora. Fecha os olhos e visualiza o mar. Tenta se imaginar mergulhando nas ondas. Como você se sente? Se conseguir sentir aquela sensação maravilhosa, é a confirmação de que já viveu plenamente momentos como esse. Se não, cuide em viver. Rs!
Existem pessoas com que nos sentimos mais conectados facilmente e outras não. E outras que a desconexão é gritante. Cabe a cada um observar qual a sua contribuição.
E finalmente, ao buscarmos uma conexão verdadeira conosco, com os outros, com a natureza, naturalmente sentimos a conexão com Deus. Pode ser que você se sinta mais conectado rezando o Terço, usando o japamala, cantando ou dançando ao som do atabaque. Pode ser que sua conexão seja nas práticas de caridade. Em todas essas expressões e outras mais, algo existe em comum, a necessidade da entrega, da vivência plena.
Logo cedo, ao acordar, conecte-se consigo, com seus propósitos. E ao final do dia, não durma sem rever a qualidade da conexão consigo, com o outro e com o divino que há em tudo.
Paz e bem!
*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.