“Gentileza gera gentileza!”. Provavelmente você já ouviu essa frase, inclusive de quem a pronunciava, o Profeta Gentileza.
Bem, assim era chamado José Datrino, o pregador urbano que ficou famoso pelas frases que escrevia nas colunas de um Viaduto no Rio de Janeiro. Seus escritos e suas falas versavam sobre a generosidade e o amor ao próximo. Muitos o chamavam de maluco. O que ele respondia: “Sou maluco pra te amar e louco pra te salvar”.
Gonzaguinha e Marisa Monte musicaram e cantaram seus textos.
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Além desse profeta, outros personagens, até mais famosos, já falaram sobre a arte de ser gentil.
Sua Santidade, o Dalai Lama, disse: “A minha religião é muito simples. Minha religião é a gentileza”. Entendo que religião é um modo humano de nos religarmos com Deus. Ser gentil nos religa com o divino que há em nós e que também existe no outro. Gerando uma energia boa, uma leveza sem igual, pelo bem que faz àquele que pratica.
Nesses dias de tanto estresse, correria e automatismo, ser gentil é a forma mais simples de conquistar saúde e bem-estar, bem como de ser altruísta, contribuindo para o bem da comunidade.
Os pequenos cuidados no falar e agir são exequíveis a qualquer um que queira fazer ou ser a diferença positiva na vida dos que cruzam o seu caminho. Tanto conhecidos como desconhecidos.
Cumprimentar aquele que encontrar com um olá! Tudo bem? Ou desejar um bom dia, boa tarde, boa noite, de verdade, com intenção e sentimento, não como formalidade ou educação. Por sinal, a gentileza vai além do fazer por “educação”. É fazer por cordialidade, de cordial, que se refere ao coração, ao afeto.
O exercício da gentileza nos aproxima uns dos outros. Com gestos simples, sem esperar receber, apenas dar e seguir em frente.
Tal qual quando emprestamos o fogo da chama de uma vela para acender outra, a primeira não se apaga. Acender a chama alheia que estava apagada, pode ser um simples sorriso, uma fala mais afetiva, uma ajuda a um colega de trabalho, ceder a vez na entrada de um elevador, ou o assento em um ônibus lotado.
É ajudar a carregar as compras ou uma carga que está pesada. Carga essa que pode ser um problema de saúde ou no relacionamento ou financeiro, etc. É facilitar uma ultrapassagem, acolher o veículo que pede, ou não (rs), a passagem.
Shakespeare, o maior poeta inglês, disse: “Eu aprendi que ser gentil é mais importante do que estar certo”.
Quantas discussões, brigas, desentendimentos, que custam tão caro aos envolvidos, poderiam e podem ser evitados pelo exercício da gentileza de simplesmente ouvir, respeitar, acolher a fala, o argumento, a verdade do outro.
Infelizmente, o orgulho, fruto da necessidade egóica de se mostrar e se autoafirmar como superior, dono da verdade, da razão; bloqueia a humildade, a lucidez e a sabedoria que conduzem à possibilidade de entendimento e pacificação.
Jean de Lá Bruyère, ensaísta francês do século XVII, defendia que: “A gentileza faz com que o homem pareça exteriormente como deveria ser interiormente".
E eu digo que se nos comprometermos a exercitar com frequência a gentileza a ponto de se tornar um hábito, os benefícios advindos dessa prática gerarão tantos benefícios em nós e em nossas vidas que nos tornaremos pessoas melhores. E, sendo melhores do que éramos, contribuiremos para um mundo melhor.
Esse é o convite que lhes faço, que, durante essa semana, ou seja, até a próxima sexta, todos os dias, ao acordar, comprometa-se em vivenciar a gentileza com quem encontrar, a começar com os de casa. E, ao final do dia, veja se valeu a pena! Experimente!
Paz e bem!
*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.