Na última terça (21), foi comemorado o Dia Internacional da Paz.
A intenção é maravilhosa. Mas, como em tudo na vida, teoria é uma coisa e pôr em prática é outra. Como conseguir, então?
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Todos querem, mas nem todos estão dispostos a pagar o preço para conquistá-la.
Acredito que a paz é um estado de espírito que é alcançado através de um estilo de vida que propicie quietude, serenidade.
O que é bastante desafiador diante das demandas que são sugeridas continuamente pelo sistema que vivemos, que instiga suprir as faltas internas consumindo compulsivamente produtos e serviços. Sem levar em contas as reais necessidades do cidadão e nem as consequências das escolhas equivocadas.
Dependendo das nossas escolhas, poderemos ou não, sentirmo-nos em paz. Por exemplo: Nem todo prazer traz paz.
Então, a partir da minha experiência na vida e minhas buscas espirituais, minha casuística clínica, estudos e formações diversas, compartilho com vocês algumas ideias (dicas) e reflexões sobre o tema.
Primeiro, se quer paz, precisará assumir um modo de viver mais tranquilo. Precisa parar de vez em quando para aquietar a mente e assim conseguir ouvir o que é essencial para o seu ser. Dedicar-se à meditação diária e o cultivo da oração, da contemplação, de momentos junto à natureza.
Busque o equilíbrio no viver e no uso daquilo que vem através das sensações. Você se sente em paz depois de beber muito, comer muito, trabalhar demais só para ganhar dinheiro? Com certeza, não. Sentir-se-á cansado, exausto, mas não em paz. Nenhum excesso traz paz.
Outra é estar inteiro no presente, no aqui e agora. Mantenha seu pensamento onde seu corpo está, naquilo que está fazendo. Quando sua mente está fixada no passado, tenderá a sofrer por tristeza e culpa. Quando presa no futuro, tenderá a sofrer pela ansiedade.
Faça e mantenha uma lista diária de pendências. Identifique aquelas que só depende de você para resolvê-las e resolva sem postergar. Aquelas que não podem ser resolvidas por você, mas podem ser por outrem, busque-os o quanto antes. Aquelas que não podem ser resolvidas nem por você nem por ninguém, entregue ao fluxo do universo. Mas, entregue mesmo, não sofra por antecipação e nem por pessimismo.
Assuma todos os dias, logo pela manhã, o compromisso diário com a paz consigo, com o outro e com o planeta.
Ao final do dia, como estimulava Santo Agostinho, revise se feriu, se prejudicou ou mesmo se deixou de ajudar alguém. Seja honesto e verdadeiro na sua análise. Observe sua fala, seus pensamentos, sentimentos e ações. Eles transmitem e refletem paz ou não? Não precisa se chicotear, apenas observe com leveza como se sente quando assim funciona. Prejudicando o outro, você pode até dizer que está bem, mas, por mais que se engane, não sentirá paz.
Às vezes, nós mesmos nos sabotamos e nos impedimos de viver em paz. Por cultivarmos crenças limitantes, de não merecimento, oriundas das vivências da infância, e que se mantém até hoje dominando o psiquismo do adulto, como um script a ser vivido obrigatoriamente. Precisará ressignificar essas experiências e crenças, trabalhando também limites e desapego.
Nesse caso, dificilmente você sairá dessa sem a ajuda de um profissional, procure um terapeuta. Para conquistar a paz, vale a pena.
Por último, paz é uma conquista diária. Precisa de decisão e ações coerentes com esta. Seja paciente e perseverante. Esse pode ser seu propósito maior aqui na terra.
Só haverá paz no mundo quando os indivíduos construírem sua paz interior.
Paz e bem!
*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.