Um dado importante no futebol é sair na frente no placar. Mais importante ainda é ampliar o placar para deixar o adversário quase na lona. Há times que fazem isso, mas depois entregam a rapadura, ou seja, entram em um irreparável retrocesso. Isso é muito ruim. O Ceará está sofrendo por não saber segurar a vantagem que estabelece. No primeiro clássico-rei do ano, o Vozão abriu uma vantagem de 2 a 0 sobre o Fortaleza. Fez um primeiro tempo perfeito. Dominou o adversário. Deu a impressão de que seria senhor absoluto das ações.
Ledo engano. Na fase final, sofreu uma virada. O Leão reagiu e fez 3 a 2. Somente nos acréscimos o Ceará empatou com um gol de pênalti. Diante do ABC, pela Copa do Nordeste, o Ceará também abriu uma vantagem de 2 a 0. E teve até uma chance para ampliar. Mas, novamente, cedeu. O ABC reagiu e empatou (2 x 2). Mais uma vez restou a frustração. O Ceará deixou escapar uma vitória que parecia tranquila. E, pela segunda vez, mostra-se incapaz de manter o que ele mesmo, com tanto empenho, construiu. Cabe ao treinador, Vagner Mancini, descobrir o motivo pelo qual o Vozão vem cedendo em situações assim. Detalhe importante: sempre no segundo tempo.
O Ferroviário fez bonito na Copa do Brasil. Encheu de dinheiro os cofres corais. Quase um milhão ao avançar para a segunda fase da Copa do Brasil. Ganhou mais confiança ainda para o jogo de volta pelo Campeonato Cearense, amanhã, às 16:40, no Morenão, diante do Iguatu. Basta o empate para o Ferroviário avançar.
A propósito do jogo de volta no Estádio Morenão, a previsão é de uma partida muito difícil. O técnico do Iguatu, Washington Luiz, sabe tirar muito bem as vantagens de jogar Estádio João Elmo Moreno Cavalcante. Washington Luiz é o mesmo treinador que dirigiu o Iguatu, quando, em 2022, eliminou o Ceará, tirando o Vozão da semifinal estadual. Ele tem o time na mão.
Ciel é um exemplo de jogador veterano, extremamente importante ao grupo coral. Com a sua experiência, é um norte para os mais jovens. Notável a sua participação na conquista do bicampeonato da Série D nacional em 2023. Mas, no momento, o destaque coral é Gabryel Martins, não apenas pelos gols que vem assinalando, mas pela participação coletiva que vem tendo.
O Fortaleza tem todo o direito de protestar contra o que sofreu em Recife e, inclusive, insistir nas punições aos culpados. Não pode deixar cair no esquecimento um fato tão grave. A luta deveria ser de todos os clubes brasileiros em conjunto. Se não houver punição, ninguém sabe qual será o próximo passo dos agressores e qual o time que poderá ser vítima também de algo semelhante.
Há que se advertir o Fortaleza sobre a necessidade de trabalhar de forma paralela. Não esquecer o atentado, exigindo punição, mas concentrar atenções agora nos desafios em campo. Pela Copa do Brasil, enfrentará o Fluminense-PI, domingo, às 20:30, em Teresina. Já na quarta-feira, dia 06, pela Copa do Nordeste, enfrentará o Botafogo em João Pessoa. Vida que segue.