Reação dos pilotos: automobilismo cearense não morrerá
Leia a Coluna desta quarta-feira (19)

Repercutiu sobremaneira a coluna que escrevi anteontem cujo título foi “A morte do automobilismo cearense”. O primeiro a reagir foi o presidente da FCA, Lutianne Soares. Ele afirmou que o Autódromo Virgílio Távora não fechou e que há extensa programação a ser cumprida este ano.
O comentarista especializado, Robério Lessa, meu companheiro nas transmissões que fiz pela TV Diário no Eusébio, também me ligou preocupado. Disse que vários pilotos não gostaram da forma como abordei a questão. Expliquei a ele que o direito de discordar faz parte do livre pensar democrático. É normal.
Ouvi as colocações do presidente Lutianne Soares. Entendi seu posicionamento. Segundo ele, não houve nem haverá a morte do automobilismo cearense porque as alternativas estão sendo trabalhadas. Lutianne, apesar dos problemas por que passa o setor, revelou-se otimista.
Pela reação da maioria, percebi que eles não captaram a minha mensagem. Entendam: se houver o fim do Autódromo Virgílio Távora, amputado estará o maior palco de velocidade do Nordeste. Uma perda irreparável e de graves consequências.
Patrimônio
O Autódromo Virgílio Távora está para o automobilismo cearense como o Castelão está para o futebol. É um patrimônio rico em história e tradição. É um patrimônio do povo. E, como tal, tem que ser preservado. Cada metro, cada reta, cada curva tem muito do ideal, do sacrifício, da doação dos pioneiros. É vida.
Repensar
No lugar de leiloar, de vender ou de utilizar a área do autódromo para outros fins, correto será buscar parcerias capazes de trazê-lo de volta modernizado, pronto para competições nacionais e internacionais nas diversas categorias? Abdicar será um grave erro de percepção. E de fraqueza.
Retorno
O Eusébio tem tido um extraordinário crescimento. A especulação imobiliária valorizou terrenos e demais propriedades. São shoppings, condomínios de luxo, parques e avenidas. O Autódromo Virgílio Távora, modernizado, poderia ser atração turística de peso, injetando receita extra no município e no estado. É o caminho.
Visão
Após as ponderações feitas pelo presidente da FCA, Lutianne Soares, compreendi a razão pela qual ele diz que o automobilismo continuará vivo, mesmo que futuramente inviável seja a utilização do Autódromo Virgílio Távora. Há os rallys e outras provas não restritas aos circuitos. Lembrou a opção de usar o autódromo da Paraíba. Tudo bem.
Conclusão
Expus o que penso. Estou aberto a campanhas pelo fortalecimento do automobilismo cearense. Tenho laços afetivos com o Autódromo Virgílio Távora. Na década de 1970, eu e o piloto Neném Pimentel estendíamos quilômetros de fios para viabilizar as transmissões pelo rádio. Tudo feito com muito amor. Sou pela preservação da obra.