Os novos baianos. E os velhos também

Não vou falar de música. Nada de Moraes Moreira, Baby Consuelo, Luiz Galvão, Pepeu Gomes e Paulinho Boca de Cantor. Nada de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Maria Bethânia. Os velhos baianos aos quais me refiro são os do timaço do Bahia, campeão da Taça Brasil de 1959, que precisou de três jogos e mais uma prorrogação para eliminar o Ceará. Lá estavam os velhos baianos Nadinho, Leone e Florisvaldo; Flávio, Vicente e Beto; Marito, Careca, Léo, Ari e Biriba. Timaço que ganhou do Santos de Pelé na grande final no Maracanã. Os historiadores diziam que os cearenses aprenderam a jogar futebol com os baianos. Ótimo. Mas hoje os novos baianos estão vendo alma com o Ceará. Neste 2020, no mês de março, o Ceará ganhou (1 x 0) do Vitória, na Arena Castelão. Repetiu a dose (0 x 1) em julho, no Estádio Pituaçu. Ganhou do Bahia duas vezes, quando conquistou a Copa do Nordeste. E ganhou (2 x 0), domingo passado, pela Série A do Campeonato Brasileiro. Cinco vitórias seguidas do Ceará sobre os baianos. Não direi que virou freguesia em respeito aos velhos baianos. Os de hoje, os novos baianos do Vitória e do Bahia, estão numa situação bem difícil.

Diferente

Na partida de hoje, o Ceará não poderá contar com Clebão, que virou referência no ataque alvinegro. Está aí a ausência que será sentida. Clebão tem quase dois metros. Perturba a vida dos zagueiros. Pense num cri-cri. Rafael Sóbis deve entrar na formação ofensiva alvinegra. Fase boa mesmo é a do meia-atacante Vina.

Completo

O técnico Rogério Ceni tem todo o grupo à sua disposição hoje para enfrentar o Corinthians. Vem de uma semana de folga no calendário de jogos. Aliviou as tensões com a bela vitória sobre o Goiás em Goiânia. Ambiente favorável. Contra mesmo só o local do jogo, ou seja, a Arena Corinthians. Mas, como não há torcida, vira estádio neutro.

Recíproca confiança

Tipo do jogo para Wellington Paulista. Não acredito que Rogério Ceni vá abrir mão desse centroavante que tem assinalado gols importantes. Quem não lembra do abraço que Ceni e Paulista trocaram após o gol de Wellington em Goiânia. Foi um abraço especial de missão cumprida. Um abraço diferente, de agradecimento e confiança recíprocos.

O Corinthians fez apenas três jogos. O que seria o da estreia, contra o Atlético-GO, foi adiado. Tomou uma virada (3 x 2) do Atlético-MG no Mineirão, após abrir vantagem de 2 a 0. Empatou (1 x 1) com o Grêmio em Porto Alegre. E, em casa, ganhou (3 x 1) do Coritiba.

Coincidência: Fortaleza e Corinthians só obtiveram a primeira vitória na rodada passada. E o Corinthians teve a vantagem de um jogador a mais desde os 15 minutos do primeiro tempo porque Sasse foi expulso. Olho vivo em dois jogadores: Jô e Araos.