Hoje, excepcionalmente, o Leão deixa de lado suas atenções voltadas para a Série A nacional. Hoje vale a disputa de vaga na semifinal da Copa Sul-Americana. A rigor, ainda está atravessada na garganta dos tricolores a perda do título no ano passado. E todo o grupo almeja uma segunda chance.
O Corinthians, adversário tricolor, tem oscilado bastante. Foi bem na vitória (2 x 1) sobre o Flamengo no Estádio Neo Química, mas não repetiu a mesma produção na derrota (2 x 1) para o Botafogo no Engenhão. Pela Série A, empatou com o Fortaleza no Itaquerão (0 x 0) e perdeu no Castelão (1 x 0).
Faço sempre uma diferença entre jogos normais do transcorrer de uma competição e os jogos eliminatórios das competições que adotam o modelo mata-mata, como a Copa Sul-Americana. O próprio caráter eliminatório obriga as equipes a uma exposição maior, assumindo riscos.
O Fortaleza atravessa uma fase melhor que a do Corinthians. Mas isso terá de ser traduzido em vantagem com vitória logo mais. A decisão da vaga no Neo Química, no jogo de volta, estará sob controle do Corinthians, se o Leão não fizer um bom resultado aqui. Até um empate deixará o Leão em uma situação desconfortável.
Lembro, como exemplo, a Copa do Brasil deste ano. O Vasco, que também experimenta fase de oscilações, conseguiu nos pênaltis, eliminar o Fortaleza, que era o favorito. Repito: a competição que adota o modelo mata-mata é a que mais registra casos que contrariam a lógica das coisas.
Pouco importa se o Corinthians terá quatro desfalques. Numa competição légua tirana como a Série A, dificilmente uma formação será repetida. Isso respinga na Copa Sul-Americana. O Leão também terá seus desfalques. Uma coisa fica pela outra. Sem desculpas amarelas. Cada qual com seus problemas.
Li e ouvi comentários fortes contra o Ceará, tendo por motivo a derrota, de virada, para a Chapecoense. Foi ruim. Dificultou a chegada no G-4. Tudo é verdade. Mas não vejo ainda motivo para desespero. O time continua na luta por uma vaga entre os quatro que subirão. Há muita água para passar sob a ponte.
Todos sabem que o Ceará tem limitações. Mas os concorrentes também têm suas limitações, inclusive Novorizontino, Santos, Mirassol e Sport, os quatro primeiros. Faltam 12 jogos: Coritiba (fora), Vila Nova (aqui), Brusque (aqui), Sport (fora), Ponte (aqui), Itu (fora), Santos (fora), Paysandu (aqui), Avaí (aqui), Botafogo (fora), América (aqui) e Guarani (fora).
Tenho acompanhado jogos da Série A e da Série B. Não vejo nenhum goleiro pegando mais bola do que João Ricardo, do Fortaleza. Ele faz três ou quatro defesas espetaculares por jogo. Atravessa uma grande fase. Digo sem medo de contestações: está melhor do que o Alisson, goleiro da Seleção Brasileira e do Liverpool. Sim, mas João Ricardo é do Fortaleza...