Rogério Ceni contrariado. Guto Ferreira contrariado. Duas derrotas. Fracasso inicial diante de times da faixa intermediária, exatamente com os quais Fortaleza e Ceará teoricamente terão de disputar as vagas pela permanência na Série A. Uma largada frustrante. Quanto ao Fortaleza, há justos motivos de maior preocupação. O time entra na terceira partida sem assinalar gols. Isso é preocupante pela vocação ofensiva de seu treinador. E mais: o terceiro jogo sem apresentar boa produção. O Ceará também ficou abaixo do esperado. Nada de pretextos em razão dos esforços de duas finais contra o Bahia. Foi prejudicado pela arbitragem, protesto válido. Mas o time não foi bem. Tenho uma concepção com relação à Série A do Campeonato Brasileiro: para mim cada rodada é uma final. Explico: se não pontuar agora, mais tarde será mais complicado. Não é motivo para desespero, pois é começo. Mas restaurar rapidamente a confiança é preciso. No caminho do Ceará está o Grêmio de Porto Alegre, quarta, 21h30, no Castelão. No caminho do Fortaleza está o São Paulo, quinta, 19h15, no Morumbi. Nem dá tempo de respirar.
Goleador
Mais um gol de Clebão. Se a presença do torcedor já estivesse sendo permitida nos estádios, entendo que há muito a torcida do Ceará já teria incorporado o melô criado pela torcida do Barbalha para incentivar o eficiente atacante: "Ô, ô, ô, toca no Clebão que é gô, ô, ôl". Nos três últimos jogos, três gols marcados.
Erro
Nada de crucificar o Tinga pela falha grave que resultou no primeiro gol do Athletico. Tinga tem saldo pelo que de bom já proporcionou ao Fortaleza. Aliás, o time todo não conseguiu jogar bem. Um embotamento que a todos envolveu. Inconcebível queda de produção, máxime na dimensão acontecida no sábado.
Expectativa
Está difícil uma avaliação sobre como estão neste retorno todos os clubes da Série A nacional. O Sport/PE, por exemplo, quebrou a bola na Copa do Nordeste e no Campeonato Pernambucano. Já no primeiro tempo diante do Ceará, na Série A, dominou amplamente. O futebol é assim mesmo. Sempre tem a capacidade de surpreender, quando achamos que dominamos os acontecimentos.
Não me causou surpresa a produção do Athletico na vitória obtida sobre o Fortaleza. O time tinha alcançado o tricampeonato estadual ao ganhar duas vezes do Coritiba, sendo que, na segunda partida, de virada, com gols aos 45 e 47 do segundo tempo.
Vi o jogo em que o Palmeiras ganhou o título estadual, nos pênaltis, após empate (1 x 1) no tempo normal. Boa produção das equipes, mas nada de extraordinário. Jogo de bom nível, apenas. Claro que com o tempo a tendência é a subida geral de produção.