Na hora da definição, o Inter ensinou como se faz

O Ceará começou melhor. O Inter venceu. O Ceará teve o caminho do gol. Só o caminho. Quem achou o gol foi Thiago Galhardo. E mostrou a razão pela qual é o artilheiro do Brasil. Surpresa foi ver o Ceará, mesmo com tantos desfalques, encostar o Internacional na fase primeira. Pegou em cima e complicou a saída de bola dos gaúchos. Vozão melhor se estabeleceu por meia hora. Matheus Gonçalves desperdiçou a primeira chance. Vina mandou bomba que assustou. Matheus e Cleber, num só lance, perderam boas chances para a abrir o placar. Os provérbios do futebol são incisivos: quem não faz, leva. O Ceará sofreu 1 a 0, gol de Galhardo, aos 44 do primeiro tempo. Começou aí uma outra história. Na fase final, o futebol do Ceará ficou no vestiário. Nítidos sinais de cansaço. Prass fez duas notáveis defesas. Num terceiro momento, infelicidade de Gabriel Lacerda deu de presente o segundo gol do Inter: Galhardo mais uma vez (2 a 0). A superioridade do Inter tornou-se absoluta. A substituições mais fortaleceram o time gaúcho. O Ceará não teve mais nenhum poder de reação. Síntese: quando Ceará teve as chances de gol, errou. Quando o Inter as teve, foi letal. O Inter ensinou como se faz.

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À moda antiga

Como eu gostaria de aceitar a linguagem moderna da leitura de jogo. Postura reativa. Acho tudo muito bonito. Algo como no tempo do técnico Cláudio Coutinho que impressionava todo mundo com o "overlapping", ponto futuro, coisas assim. Hoje, arranjaram várias denominações que eu simplifico com a palavra retranca.

Posição

Amigos, onde estava o time do Sport no primeiro tempo, quando o Fortaleza subiu todo e o apertou. O Sport estava todo atrás. Subiu duas vezes na fase inicial toda. Teve uma única chance de gol, a que foi desperdiçada pela lateral-direito Patric. Ele cabeceou para fora. Isso, na minha simplificação das coisas, é retranca.

Outra linguagem

Tudo bem. É natural a mudança de nomenclatura com o passar do tempo. Na década de 1950, quando comecei a acompanhar futebol pelo rádio, goleiro se chamava "goal keeper"; os zagueiros, "baks"; os laterais, "halfs"; o centromédio, "center half"; o centroavante, "center foul"; o gol, "goal"; impedimento, "off-side"; tiro livre, "free kick".

Poderia entender como futebol reativo a proposta de, na retomada da bola por parte de um time que joga atrás, um avanço constante e imediato em incursões ofensivas. Aí tudo bem. Dá para se compreender. Mas ficar todo atrás, com uma ou duas investidas, para mim é retranca.

Os narrados na década de 1950 costumavam usar a medida jarda para explicar as distâncias em campo, ou seja, a bola passou a tantas jardas da trave. Jarda equivale a 91,44 centímetros. Linguagem da época. E a turma fazia que entendia.