Ô, ô, ô, toca no Clebão que é goool, entoava a torcida do Barbalha no Estádio Inaldão. Agora certamente a imensa torcida alvinegra, quando voltar aos estádios, fará o mesmo. A simpatia e simplicidade do atacante cativam. O jovem, quando quis iniciar sua carreira, tentou no Bahia e no Vitória, que não o aprovaram. Clebão tinha passado quatro meses nas bases do Galícia, em Salvador, sua terra natal. Com tentativas frustradas, pensou em desistir. Jogou pelo time da Marinha do Brasil, quando lá cumpriu sua obrigação militar, mas sem outras pretensões. Quando já estava sem esperança de ser jogador profissional, recebeu de um empresário a proposta do Icasa. Ali começou um novo caminhar. Depois, já em Barbalha, pela primeira vez ouviu o seu nome gritado num estádio. Lá, também ouviu pela primeira vez um "melô" com o seu apelido. Gostou. A princípio ficou meio encabulado com a manifestação. Depois aceitou numa boa. Fez sucesso. Daí, o caminho para o Ceará. E, com a chance dada pelo técnico Guto Ferreira, virou a revelação relâmpago da Copa do Nordeste deste ano. A torcida do Ceará já pode ir ensaiando: "Ô, ô, ô, toca no Clebão que é goool".
Adversidades
Guto Ferreira, penso eu, é o nome ideal para manter Clebão na realidade. Às vezes, após a glória repentina, surgem maiores dificuldades. A mente de um jovem deve ser preparada também para os momentos adversos. Há os que lidam bem com o sucesso, mas há os que sentem o peso da fama.
Lições
Após perder a Copa do Nordeste, principalmente sendo eliminado pelo maior rival, resta saber quais lições o técnico do Fortaleza, Rogério Ceni, tirou. Terá ele a humildade de reconhecer que errou ao não escalar de início Wellington Paulista ou transferirá a culpa para a até então não contratação de reforços por parte do clube?
Acerto
O índice de acertos de Rogério Ceni no Fortaleza é muito superior aos erros. Prova disso está no elevado número de títulos que no comando do clube ele conquistou, principalmente o de campeão da Série B nacional e a bela campanha na Série A quando ganhou vaga na Copa Sul-Americana. Mas ele não é infalível. Comete erros sim.
Amanhã começa uma outra história: a largada da Série A Nacional. Há uma grande incógnita sobre como virão os clubes componentes da elite brasileira. Todos estão vindo de uma preparação precária, após longo período de isolamento social.
Os atletas, em situação assim, correm maior risco de contusão. Certamente, todos eles irão evitar o esforço máximo, pelo menos nestes primeiros momentos de uma competição cujo grau de exigência é o da excelência. A conferir, pois.