Em 1956, vi pela primeira vez o confronto entre tricolores e alvinegros. Nunca esqueci. PV bem acanhado. Arquibancadas de madeira, só a parte central de concreto, cabines de madeira e alambrados de madeira. Ao longo de tantos anos, nos jogos entre ambos, poucas goleadas. Predomínio de jogo duro. Hoje, no Estádio Pituaçu, em Salvador, certamente não será diferente. Pela campanha e atuações recentes, inclusive com vitória sobre o Ceará, o Fortaleza há demonstrado melhor definição em suas linhas, com repertório mais variado nas mãos de Rogério Ceni. Mas observo que, quando o Leão pega um time fechado, sente dificuldades porque não consegue aplicar o que lhe é mais peculiar: as jogadas em velocidade. Foi assim diante do Sport, que levou a decisão para os pênaltis. O Ceará vem gradualmente melhorando. Animou bastante a vitória alvinegra sobre o Vitória, apesar de não ter sido uma produção brilhante do Vozão. De qualquer forma, foi um feito despachar o Vitória no tempo normal. E mais: com as entradas de Clebão e Jacaré, ambos correspondendo pelo desempenho e personalidade. Clássico cearense para baiano ver.
Primeiro clássico
Antes da paralisação pelo novo coronavírus, houve o primeiro clássico maior. Aconteceu no dia 1º de fevereiro, pela Copa do Nordeste, fase classificatória. Klaus fez Ceará 1 x 0. Osvaldo, com golaço de bicicleta, empatou. O Ceará teve anulado legítimo gol de Rick. Quintero foi expulso. Felipe Alves pegou pênalti batido por Vina. O técnico do Ceará era Argel Fucks.
Segundo
No dia 15 de julho, pelo Campeonato Cearense, após o isolamento social, o Fortaleza ganhou (2 x 1), gols de Yuri e Wellington Paulista. Bergson fez o gol do Ceará. O Fortaleza esteve bem melhor. Mereceu vencer. Até relaxou na reta final. O Ceará já estava com Guto Ferreira no comando, embora, por falta de tempo, pouco tenha treinado a equipe.
É hoje
Se levarmos em conta o que houve nos dois jogos, previsão de equilíbrio. Claro que cada partida tem suas características próprias. No segundo jogo, ficou bem patente a superioridade do Fortaleza. Teoricamente, o tricolor há se apresentado mais definido nos seus objetivos. O Ceará ainda está em busca do melhor padrão. O Fortaleza pronto. O Ceará em formação.
O Ceará terá a volta de Samuel Xavier, mas não terá Luís Otávio. Ninguém sabe como Guto Ferreira, agora mais conhecedor do seu próprio time e do adversário, vai dispor o Ceará. Quero crer que haverá mais equilíbrio do que nos dois jogos anteriores.
O futebol não permite, máxime em clássicos, conclusões por jogos passados. O que passou, passou. Hoje será uma outra história imprevisível. O Fortaleza jogou mal diante do Sport Recife. Nem de longe lembrou a equipe absoluta. É assim. Dia bom, dia ruim.