CEO do Fortaleza mais valorizado que os atletas

Leia a coluna desta quarta-feira (26)

Escrito por
Tom Barros tom.barros@svm.com.br
(Atualizado às 09:57)
Legenda: Marcelo Paz foi presidente do Fortaleza no momento de ascensão do clube até a Libertadores
Foto: Mateus Lotif / Fortaleza EC

Há títulos que causam um rebuliço danado. Tenho tido uma experiência interessante na reação popular. As chamadas, que faço, têm desencadeado polêmicas. Quero acreditar que aí está mais uma para mexer com gente curiosa. Como um dirigente de clube pode ser mais valorizado que os atletas? 

 Cartas na mesa. No mundo dos negócios do futebol, Marcelo Paz está em alta. É um executivo respeitado pelos resultados obtidos dentro e fora de campo. A saúde financeira do Fortaleza é invejável, mais segura e transparente do que a de alguns dos chamados grandes clubes brasileiros. 

Que jogador do Fortaleza teve propostas do Atlético-MG, Botafogo, Corinthians e Red Bull Bragantino? Quando digo que o CEO do Leão, Marcelo Paz, está mais valorizado que os atletas, não me refiro a valores financeiros. Refiro-me ao prestígio, à respeitabilidade e à credibilidade que Marcelo Paz alcançou. 

Sou admirador do trabalho sério que o Marcelo desenvolve. É zeloso, competente. Tive mais contato com o Marcelo, quando ele foi comentarista da Rádio Verdes Mares. Já ali observei o quanto ele era criterioso em tudo. Tinha de dar certo. E deu. 

 

Reviravolta 

 

O mundo do futebol passou por uma transformação inimaginável. Saiu do sentimento amador para a responsabilidade profissional. Juntou o mundo do entretenimento ao mundo do empreendimento. Virou negócios que movimentam bilhões. Dos mecenas das primeiras décadas aos executivos de hoje. 

 

Diferença abissal 

 

Hoje, o executivo de um time de futebol é muito bem pago. Em contrapartida, tem de apresentar resultados positivos. Há poucos anos, ainda acontecia o contrário: o dirigente tinha que colocar dinheiro no clube. Não raro, até comprometia a saúde financeira de sua empresa ou a de sua família. 

 

Pecado 

Antes de o futebol passar para o mundo dos negócios, jamais o dirigente poderia receber qualquer recompensa do clube. Era pecado mortal. Tinha era de passar o pires entre os dirigentes, arrecadando dinheiro para cobrir as despesas. Não havia cotas de transmissões. O time tinha de viver da receita das bilheterias. 

 

Peso de ouro 

 

Um executivo qualificado é tão procurado quanto um camisa nove, emérito goleador. Está aí o Marcelo Paz na mira dos grandes times do Brasil. Há, naturalmente, os riscos próprios do mercado financeiro. O time recebe elevadas cotas das emissoras de televisão e da CBF. Tem de haver correta aplicação.  

 

Prestígio 

 

É claro que nem sempre o modelo SAF representa certeza de excelentes negócios. Está aí a difícil situação do Vasco da Gama, que ingressou na justiça, pedindo recuperação judicial. E, como o Vasco, vários outros clubes também estão pendurados. É por isso que um CEO competente, como Marcelo Paz, está com o prestígio nas alturas.