Árbitro e VAR, incompetência em dose dupla

Confira a coluna desta sexta-feira (19)

Legenda: O Fortaleza foi prejudicado pela arbitragem contra o Palmeiras em jogo da Copa do Brasil
Foto: Matheus Amorim / Fortaleza EC

O Palmeiras é o melhor time do Brasil. O Palmeiras não precisa da ajuda da arbitragem. Mas a ajuda do árbitro Wagner do Nascimento Magalhães, ao marcar pênalti inexistente de Caio Alexandre em Rony, facilitou a mão de obra do Verdão na construção da vitória sobre o Fortaleza. O erro grave do árbitro abalou emocionalmente o tricolor. E, claro, o segundo gol foi consequência ainda desse abalo sofrido. Não quero dizer com isso que o Palmeiras não venceria. Não quero com isso arranjar desculpas para o campeão cearense e encobrir seus pecados.

Mas quero deixar bem claro que um erro grave da arbitragem altera os rumos da partida, principalmente quando beneficia um time que já é superior e está atuando em casa. Reexaminando a situação, fico sem entender a decisão do árbitro. E fico perguntando para que serve mesmo todo aquele aparato do VAR, onde estão confortavelmente instalados os sábios que vão opinar sobre os lances polêmicos. O árbitro Wagner Magalhães, num primeiro momento, mandou seguir o lance. Em segundos, muda de opinião e marca pênalti. Uma vergonha. Uma indecência. Pior ainda porque vista por todos e covardemente admitida pelos pusilânimes integrantes do VAR. 

 

Desmontar 

 

Se os sábios do VAR não puderem intervir em todos os lances polêmicos, máxime os de caráter interpretativo como o do pênalti inexistente marcado contra o Fortaleza, melhor será o desmonte desse aparato que, não raro, peca pela omissão, pela incompetência, pela fraqueza moral, pela covardia, notadamente quando a marcação tem de ser contra um time grande, em casa. 

 

Inverso 

 

A pergunta que faço agora é simples, mas que está na boca de muita gente: será que o árbitro Wagner do Nascimento Magalhães, aos cinco minutos do primeiro tempo, marcaria pênalti se o mesmo lance tivesse acontecido na área do Palmeiras quando de um ataque do Fortaleza? Certamente não marcaria. Entendi: agora, além do árbitro caseiro, tem também o VAR caseiro. 

 

Sem justificativa 

 

Meu posicionamento é claro: em todos os outros esportes, os recursos mais avançados da informática são usados para tirar dúvidas. E tiram. No futebol, o correto seria também a intervenção do VAR em todos os lances polêmicos, principalmente nos lances de pênalti, onde a repetição no vídeo esclarece. Em toda marcação de pênalti a intervenção do VAR deveria ser obrigatória. 

 

Explico 

 

Ora, se o aparato está montado; se os integrantes do VAR estão todos ali, bem acomodados, numa mordomia que ninguém no estádio tem, por qual razão não podem opinar, visando a dirimir as dúvidas em todos os lances de pênalti? Há uma incoerência nisso tudo. O VAR existe para tirar as dúvidas, mas, em determinadas circunstâncias, não as poderá tirar. Que coisa absurda! 

 

Despudor 

 

O que há, na verdade, em alguns momentos, é a predominância do cinismo e o sepultamento da sensatez. No tempo em que não havia o VAR, o árbitro poderia alegar seu engano porque via o lance uma única vez, com fração de segundos para decidir. Agora é diferente: ele tem a repetição para evitar o erro, mas prefere não ver a repetição para não ter que justificar seu despudor. 

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