Doido é o cão. O cão capeta ou o cão cachorro? Este é amigo do homem; aquele, maldição. O Lisca Doido faz um tipo. De doido não tem nada. Profissional inteligente. O senhor Luís Carlos Cirne Lima de Lorenzi, o Lisca, sabe muito bem o que diz e o que faz. Daí a repercussão de sua fala ao criticar o comportamento dos dirigentes do futebol brasileiro, que ignoram a crise sanitária. O brado do treinador foi ouvido do Oiapoque ao Chuí. Sempre tive bom relacionamento com Lisca nas duas passagens dele pelo Ceará. Ele sabe nadar no embalo das ondas. Sabe voar com vento de cauda. Não dá murro em ponto de faca. Tem juízo. Ora, amigos, um desajuizado não faz o que Lisca faz. Salvou o Ceará duas vezes. Salvou de um rebaixamento para Série C, onde os clubes comem exatamente o pão que o diabo amassou. E salvou de um rebaixamento para a Série B, segunda divisão nacional. Com retórica otimista, faz do nada tudo. Da bagaceira do Ceará de então fez um Ceará valente, vencedor. Especialista em motivar desmotivados, o Lisca convence. Doido é quem discorda de sua opinião sobre os que, de seus gabinetes isolados, pretendem mandar os clubes para regiões onde o coronavírus está dando na canela.
A suspensão do Campeonato Cearense, em vista da manutenção da Copa do Brasil e certames regionais, gerou comentários desfavoráveis. A propósito, desde fevereiro de 2020 observo tudo muito confuso. As próprias opiniões dos cientistas são contraditórias. Ainda há muito de política.
Nasci na casa onde moro, na Rua Padre Francisco Pinto, a três quarteirões do PV. No ano passado fizeram do PV um hospital de campanha. Custo elevado. Quando a situação sanitária melhorou, desativaram o hospital. A meu juízo, precipitação. Hoje, nem hospital nem estádio.
No meu modo de entender, houve um erro de avaliação e de percepção, quando decidiram desmontar o hospital do PV. Não souberam dimensionar bem a possibilidade de uma nova onda. Grave erro dos cientistas de plantão. Hoje nem hospital nem estádio.
As observações que faço são simples. Observações de um pai de família que, desde a infância, tem o privilégio de morar pertinho do PV, cenário de jogos inesquecíveis. De repente, cenário para salvar vidas. De repente, nem para salvar vidas nem para futebol. Não consigo entender mais nada.