A multiplicação de Moisés em campo

Confira a coluna desta segunda-feira (1)

Legenda: Moisés foi o nome do jogo na vitória do Fortaleza diante do Fluminense no Castelão
Foto: THIAGO GADELHA

O Fortaleza fez o que lhe cabia fazer: buscou a todo custo a vitória. E venceu com sobras de qualidade. Ao Leão pouco importava se do outro lado estava o Fluminense “B”, misto, reserva, arranjado, futricado. Ali estava o Tricolor das Laranjeiras, com seus mais de cem anos de história. Se Cano, Keno e Ganso estavam no banco, problema deles. Fernando Diniz está muito bem pago para cuidar desta parte no campeão carioca. Resultado: quem foi ver o Fluminense acabou vendo o Fortaleza.

O Leão inspirado. Dia em que Moisés resolveu ser ele mesmo e mais uma porção de craques embutidos num corpo só. Moisés parecia desafiar a lei da física, ocupando ao mesmo tempo dois ou mais lugares no espaço. Ora parecia Jairzinho, o Furacão da Copa do México. Ora parecia o velocista jamaicano, Usain Bolt, ressuscitado da aposentadoria. A escalação do Fortaleza parecia ser Moisés, Moisés e Moisés... Quando Fernando Diniz caiu na real, foi tarde demais. De nada adiantou a entrada de Cano, Keno, Ganso e outros mais. Vojvoda já comemorava a vitória monumental. O Fluminense, antes cantado em prosa e verso, perdeu: 4 x 2. E escapou de sofrer a maior goleada de sua história.  

 

Erros 

 

Moisés quase alcançou a produção perfeita num dia de gols e glórias. Mas, por mais incrível que pareça, errou muito também. Perdeu gols que o mais mambembe de todos os atletas não perde. Entretanto, tantos e tantos os seus acertos que os erros foram esquecidos, ou melhor, perdoados no confessionário do futebol. 

 

E agora? 

 

Sim, mas o que dizer do Fluminense, que tinha sido incensado por nomes famosos como Ricardo Kotscho e Milly Lacombe? Tão belo o futebol do Flu que até Kotscho, renomado colunista político, por instantes mudou de seara. Ingressou no campo esportivo para enaltecer o Fluminense, sugerindo inclusive a cobrança de “couvert artístico” nos jogos do time de Diniz. 

 

Resposta 

 

Calma, gente! O belo futebol do Fluminense não se desfez como comprimido efervescente num copo d’água. Não, não. O que houve foi um erro de avaliação do treinador Diniz. Talvez um pouco de soberba. Pelo que o Flu vinha fazendo, ganhando e jogando bem, seria entrar no Castelão para mais um desfile, pouco importando a escalação escolhida por Diniz. Deu-se mal. 

 

Sequência 

 

O Fluminense retomará seu modelo de jogar. Um modelo que encanta os apreciadores do belo futebol, bem ao gosto de Fernando Diniz, ou seja, cadenciado, bola no chão, troca automática de posições, pondo na roda o adversário. E fazendo gols com Cano, Keno, John Kennedy e companhia. Mas Diniz terá de rever alguns conceitos, quando enfrentar times velozes como o Fortaleza. 

 

Conclusão 

 

Moisés, Moisés, Moisés! Quando novamente haverá o milagre da multiplicação? É claro que Moisés não fez tudo sozinho. Aqui uso apenas de uma figura para ilustrar a bela exibição de um atleta em dia de quase perfeição. Não teria ele sido perfeito? Deixo a conclusão para cada leitor. A ideia de perfeição exige uma exibição sem erros. Moisés também errou. Erros perdoados. 

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