O Natal da vida real

E a liberdade de escolher o que faz bem

Escrito por
Silvero Pereira verso@svm.com.br
(Atualizado às 16:36)
Legenda: Optei por viver um Natal fora do padrão e acho que está tudo bem com essa decisão
Foto: Camila Almeida/ Divulgação

Como foi seu Natal? Em 2024 você resolveu acreditar na magia da data, dar mais uma chance ao encontro familiar, perdoar, reiniciar uma relação com mais afeto ou fez todo o contrário? Desacreditou, se isolou, decidiu não participar de confraternizações, bloqueou a família no whatsapp, meio skin Grinch?

Sempre achei interessante como as pessoas podem decidir o clima e o tom que vão dar ao próprio Natal. Tem que ame a ideia da ceia em família, montar árvore, trocar presentes, se arrumar para ficar na sala, rezar… Tem quem prefira passar a data de pijama, maratonando série, vendo filmes, tem que tope uma festa, rever os amigos… E tem as pessoas não tem o direito de escolha, pelos mais variados motivos.

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Sinto que o clima deste fim de ano está diferente. Talvez estejamos vivendo um período mais reflexivo do que celebrativo, uma energia meio engatilhada pela pergunta que a música da Simone insiste em fazer todos os anos: “O que você fez”? Bom, eu fiz muita coisa, errei e acertei bastante, mas, em balanço geral, acho que fui coerente aos meus desejos e sentimentos.

Este é o segundo ano que passo o Natal em Fortaleza, com a família que eu escolhi, os meus amigos. Fui ao Mambembe, festa que acontece há 11 anos na cidade, como uma verdadeira tradição natalina. Lá, encontrei gente querida, amigos que não via há tempos, dancei ao lado de quem eu amo, vi o sol raiar e me senti, de fato, celebrando a vida e os amores.

Não tenho problema nenhum com a minha família de Mombaça, nem com a noite tradicional de natal, inclusive adoro. Contudo, optei por viver um Natal fora do padrão e acho que está tudo bem com essa decisão. Na verdade, está tudo bem com qualquer escolha feita com alegria, leveza e amor. Afinal, se Jesus nasce e vive dentro de nós, nada mais justo do que fazermos o que nos faz bem.

Se você, leitor, também passou um natal fora dos padrões, não se preocupe com julgamentos. Você foi fiel aos seus sentimentos. Se decidiu seguir a liturgia cristã, tudo bem também, espero que tenha tido uma noite tão boa quanto a minha. A tradição mais importante precisa sempre ser a da alegria e do amor.

*Este texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor