Mais vida real, menos rede social

Que em 2024, saibamos reconhecer que nosso crescimento e emancipação não passa por telas.

Foto: Shutterstock

Passado o Natal, a derradeira semana de 2023 já se instaurou e parece que também anda ansiosa pela chegada do novo ano, tamanha a pressa. Esses dias finais sempre me deixam com vontade de planejar, de mudar, me deixam com gana de conquistar tudo o que eu quero.

Pra isso, acredito na importância de ter a mente sempre em processo de crescimento pessoal, profissional e espiritual. Parece meio papo de coach, mas não é a minha intenção jogar positividade tóxica, como se tudo fosse fácil, como se as oportunidades fossem as mesmas para todas as pessoas.

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Entretanto, o pessimismo e o desânimo nunca foram boas companhias e, em 2023, percebi o quanto as redes sociais fortalecem esses sentimentos, o quanto se vende uma vida inalcançável, o quanto de tempo a gente gasta vendo a vida sob filtros, as horas que se perdem com notícias de fofoca de celebridades e as tendências criadas por influenciadores.

Tudo isso é muito adoecedor e estamos caminhando para uma banalização das mortes em consequência de crimes que se comete na internet.

Quantos perfis de fofoca você segue? O que você costuma comentar nas redes sociais? Você faz algo construtivo ou só destila ódio e fakenews? Sabe tudo da traição do ator famoso, mas quase nada sobre seus próprios amigos?

E na vida real, no mundo onde a vida acontece de verdade, o que nós estamos fazendo? Quantos livros você conseguiu ler esse ano? Quantas vezes foi ao cinema ou ao teatro? Quais shows você conseguiu estar presente e não ficou filmando tudo pra postar no story? Quantas vezes você combinou de encontrar os amigos e não ficou no celular? Você visitou sua mãe, sua avó? Conseguiu demonstrar para alguém o quanto ela é importante?

Bom, essa não é uma coluna sobre desconforto, mas se precisamos traçar novos percursos, precisamos estar atentos aos passos que demos, reparar em nossas pegadas. Não se trata de abandonar as redes sociais, mas viver o agora, do lado de fora das telas, nos tornarmos menos dependentes dessa avalanche virtual fútil, utilizar a internet com inteligência.

A vida é agora e coisas como olho no olho, abraço, toque físico continuam sendo inegociáveis. Nem tudo se captura pela lente do celular.

Axé em 2024!

*Este texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor