A favela precisa estar On

Legenda: 74% das mães de favela acreditam que o filho estudaria mais com uma internet de boa qualidade
Foto: Camila Lima

Nas favelas ou na faixa de baixa renda, muitos internautas possuem baixo índice de letramento digital e poucos recursos para o uso de tecnologia — acessam basicamente através de smartphone, em geral, com pouca memória e pacote de dados restrito, com uso exclusivo para acesso a redes sociais e comunicação.

O acesso à internet nas classes de baixa renda e nas favelas é feito via Smartphone. Enquanto nas classes A e B, mobile e notebook dialogam. Nas classes C e nas favelas, o telefone celular é única via de acesso para 41% e 76% das pessoas respectivamente.

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84% dos internautas das classes A e B possuem conexão simultânea de Wi-Fi e pacote 3G/4G para conexão do seu celular. Nas classes D e E, são apenas 54%.

83% dos brasileiros que possuem smartphone estouram o pacote de dados antes do período programado. (Fonte: pesquisa global mobile consumer survey)

A pandemia acelerou a compra pela internet, mas a baixa renda ainda utiliza menos o e-commerce.

A frequência de compra dos adeptos ao e-commerce é menor na baixa renda: compram menos que 1x por mês. Classe AB: 23%, classe C: 36%, classe DE: 53%.

Além do e-commerce, a pandemia acelerou como nunca a realização de transações financeiras online: classe A e N 84%, classe C 71% e 47% nas classes DE.

Na área econômica e de geração de renda nas favelas, 64% dos empreendedores precisaram fazer alguma mudança em seu negócio por conta da pandemia, como começar a atender apenas com hora marcada, atender pela internet ou vender outros produtos.

Na educação, o impacto é maior ainda, em que a principal justificativa para a não participação nas aulas a distância é a ausência de computador disponível/ adequado, seguido de ausência de acesso à internet: 46% afirmam não ter computador disponível/adequado. 43% não têm acesso à internet com qualidade necessária para estudar. 23% não conseguem acessar a plataforma disponível para as aulas.

As mães das favelas sabem a importância de uma internet de boa qualidade, 74% das mães de favela acreditam que o filho estudaria mais com uma internet de boa qualidade.

Conhecedora desse quadro, a CUFA e a empresa Alô Social (Favela Holding) distribuíram gratuitamente mais de 500 mil chips para mães da favela, com pacote de dados de seis meses para ligações e redes sociais. 

Iniciamos o projeto FAVELA On, um projeto de conectividade, que está instalando antenas de wi-fi gratuito nos estados de SP, RJ, SC e CE, a ideia é que ao final de 2021 estejamos presente em 150 favelas de todo o país. A Favela tá On!

Uma contribuição do Instituto Locomotiva e da CUFA para democratização da internet no Brasil.

*Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.



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