Pratinho de mucunzá. Baião de dois com paçoca ou creme de galinha. Bolo mole. Bolo fofo. Bolo de milho. Deu fome? Os quitutes de quermesse são a cara do Cariri. E 2022 promete nesse quesito. O relaxamento das medidas contra a pandemia deve reanimar as festas católicas.
Este mês é especialmente festivo por causa de São José. Ele é padroeiro do Ceará e de uma lista de municípios e localidades menores. São José tem devotos em Missão Velha, uma das cidades mais antigas da Metade Sul. É o santo da paróquia do bairro Limoeiro, em Juazeiro do Norte, onde foram feitas as fotos que ilustram esta prosa.
E São José também é o santo homenageado em umas das quermesses mais simpáticas do Crato, realizada no populoso bairro Seminário e que tem o apelido de festa das pitombas, em referência à fruta da estação.
Para quem não sabe o que é pitomba, a Talisia esculenta é uma fruta arredondada um pouco maior que uma bola de gude. Tem um caroço coberto por uma polpa azedinha, revestida por um casca quebradiça. É um bombom natural de tão gostoso e fácil de comer. As pitombas crescem em cachos. E o preço é módico.
Poderia até rivalizar com a banana na fama de produto barato. Se algo foi comprado a preço de pitomba, é porque foi uma pechincha mesmo. Só não se recomenda engolir o caroço dela.
A festa das pitombas, assim como as outras quermesses, são eventos paroquiais. Na maioria, é proibida a venda de bebidas alcoólicas. É por respeito ao santo, como dizem. O objetivo da venda é arrecadar dinheiro para a manutenção da igreja.
Além de comes e bebes sem álcool, as quermesses também são espaços para brincadeiras que nos divertem apesar denunciarem as nossas idades. Tiro ao alvo. Pescaria. Nunca ouviu falar? Coisa boa é ser jovem.
O importante é que as quermesses já podem ficar mais animadas. Talvez seja um prenúncio de que as fogueiras juninas serão acesas cercadas de gente animada com o forró pé de serra, a pamonha e a canjica.