Se você não pegou uma virose nestes últimos meses, certamente conhece alguém que foi infectado. O período de chuvas, característico desta época do ano no Ceará, favorece a disseminação de doenças da fácil transmissão como síndromes respiratórias e gastrointestinais. E o que são essas viroses, como se prevenir e quais os sintomas?
As viroses podem ser caracterizadas, segundo a médica Fernanda Colares, pediatra e diretora de Recursos Próprios da Unimed Fortaleza, como doenças causadas por vírus, sendo as principais causas das enfermidades agudas infecciosas, que surgem subitamente e são de curta duração.
“Neste período chuvoso, as viroses mais comuns são as respiratórias, gastrointestinais (vômitos e diarreia) e as arboviroses (tipo dengue, zika e chikungunya) são as arboviroses urbanas mais comuns)”, detalha. A especialista diz ainda que a maioria das viroses começa de forma igual: febre, mal-estar, dor no corpo. Depois, é que aparecem sintomas mais específicos de cada enfermidade, como:
Sobre o tratamento, a médica explica que essas infecções são auto-limitadas, ou seja, melhoram sozinhas. Os medicamentos administrados são para aliviar os sintomas causados por elas. A especialista reforça também que a hidratação é fator muito importante na recuperação.
Já o período para recuperação costuma ser curto. A especialista afirma que as viroses agudas sazonais “geralmente melhoram em 3 a 5 dias, raramente ultrapassando 7 dias”. Em relação à prevenção, Fernanda Colares indica a lavagem das mãos como principal medida e destaca a importância da vacina para as doenças imunopreveníveis, como Influenza (gripe), covid ou rotavírus para as crianças.
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Essas viroses são transmitidas de pessoa a pessoa por via respiratória (gotículas eliminadas na fala, tosse, espirros) ou através de contato com superfícies contaminadas com secreções. Por isso, é importante que, quem estiver doente, evite sair de casa e, caso necessário, use máscaras. Já as arboviroses são transmitidas pelo mosquito.
Segundo a médica, o diagnóstico dessas viroses é geralmente feito de forma clínica. Ela detalha que podem ser feitos exames para identificar o agente causador, porém, para o tratamento, o isolamento do vírus não é essencial. Esses testes teriam mais importância epidemiológica.
“Para as viroses gastrointestinais, não há muita mudança no tratamento. Para as viroses respiratórias, para grupos de risco, se faz o Oseltamivir. Mas o medicamento pode ser prescrito com base no quadro clínico e presença de fator de risco”.
A especialista indica procurar atendimento médico quando o quadro, especialmente a febre, se alongar por mais de 3 dias, em casos de sinais de gravidade como sonolência excessiva, dor no peito, dificuldade para respirar, desidratação, ou quando os vômitos estão excessivos e a pessoa não consegue nem tomar remédio e nem se manter hidratada.
O teleatendimento pode ser alternativa para os casos mais leves. Fernanda Colares explica que ele é recomendado para “casos não complicados e sem sinais de gravidade. As viroses sazonais são uma boa indicação para ó teleatendimento”.
De acordo com a médica, mesmo em caso de viroses gastrointestinais, não há restrições alimentares. “Como a pessoa doente geralmente fica indisposta, o ideal é oferecer o alimento que desperta a vontade na pessoa”, sugere.
A médica reforça ainda ser importante não ingerir muitos alimentos de uma vez, pois pode causar náuseas e favorecer os vômitos. Ela indica comer pouco, mas de forma frequente, várias vezes ao dia.
E para quem está com episódios de vômito, ela recomenda evitar deixar o estômago muito cheio e diz que é importante o uso de medicamentos e a hidratação, pois a desidratação acaba piorando.