'Luz', série brasileira na Netflix com foco em conteúdo familiar, traz temas como ecologia em cena

Série estreou no início do mês, mas promete ser relevante para os conteúdos infantis e familiares dispo

Legenda: Na série, Luz (Marianna Santos), que dá nome à produção, é uma menina órfã de origem não indígena
Foto: divulgação/Netflix

Não é de hoje que títulos infanto-juvenis ocupam lugares importantes no ranking de produções mais consumidas por usuários brasileiros em plataformas de streaming. Na Netflix, por exemplo, novelas como "Carrossel" e até mesmo desenhos como "Patrulha Canina" já ocuparam as primeiras colocações desse tipo de levantamento, representando também uma forma de consumo que perpassa uma lógica familiar.

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Para renovar essa fatia do catálogo no cenário brasileiro, a Netflix lançou a série "Luz", escolhida como a primeira produção nacional da plataforma "para toda a família". A liberação dos episódios aconteceu ainda no início deste mês de fevereiro, mas a coluna teve acesso à parte do conteúdo previamente, além da oportunidade de conversar com os integrantes do projeto. 

Povos originários e ecologia 

A série acompanha Luz (Marianna Santos), uma menina órfã de origem não indígena, que é criada desde bebê por Ga (Claudia Di Moura) em uma comunidade Kaingang. Aos 9 anos, ela descobre uma pista sobre o próprio passado e resolve fugir, sendo guiada por um amigo vagalume. Em um internato, ela vai descobrir as próprias origens e fazer novas amizades muito especiais.

Veja trailer:

Durante a coletiva pouco antes do lançamento da série, os atores inclusos na produção lembraram com carinho das gravações e de como se interessaram pela história até mesmo fora dos personagens.

"Fico muito fascinada com o fato de a Netflix assumir um compromisso de trazer essa visibilidade, trazer para a tela essa riqueza, essa cultura e nisso nós estamos falando do povo Kaingang, a terceira maior população indígena do nosso país, que cuidam e guardam nossa natureza diariamente", citou Claudia, ressaltando o que acredita ser um dos pontos mais importantes desse trabalho.

Legenda: Claudia di Moura é Ga, uma das integrantes da comunidade Kaingang na série
Foto: divulgação/Netflix

Para ela, a história de Luz chega aos espectadores de forma diferente, seja para adultos ou crianças, mas tem temas que tocam independente da idade. "É uma série que fala de relações, conflitos familiares, mas tem um tema muito valoroso, que é a parentalidade, presente nessa adoção dessa menina branca pelo povo indígena, invertendo a lógica colonialista, que coloca o povo indígena como frágil", reforçou. 

Crianças em cena

Assim como o público que consome as produções infanto-juvenis é diverso, adultos e crianças se misturaram no set de 'Luz' para fazer valer a ideia de um conteúdo diferenciado, com a complexidade necessária aos adultos e a leveza que requer um material especial para os pequenos.

"A maioria dos meus trabalhos no audiovisual foram com crianças, então sempre adorei muito. Na real, contracenei mais com a Mariana durante as filmagens, mas considero ela uma 'gêniazinha', quase uma adulta que não cresceu ainda", contou Marcos Pasquim, o Baltazar, aos risos, se divertindo ao citar esse contraponto presente na série.

Legenda: Marcos Pasquim interpreta Baltazar, um homem duro, mas que enxerga na figura de Luz um sentimento de paternidade
Foto: divulgação/Netflix

Daniel Rocha, que interpretou Marcos, também foi só sorrisos ao citar as gravações. "Já tinha trabalhado com criança, mas não tão presente como dessa vez. Então, quando eu lembro de Luz, também me recordo que as crianças eram ali minhas parceiras de cena, uns mini adultos muito talentosos. Foi assustador acompanhar o que eles entregam", opinou.

Talvez exatamente por conta da levez nos bastidores seja tão fácil acompanhar a série. 'Luz' traz episódios cheios de beleza visual, densidade nas questões, ainda que com cuidado para o público infantil, e encanta o espectador pela facilidade do enredo. De quebra, vale acompanhar o trabalho de Marcos, Claudia, Daniel e nomes também consagrados como Celso Frateschi e Mel Lisboa, por exemplo. No fim, é de fato uma experiência para acompanhar não só entre pais e filhos, mas para diferentes personagens em uma família. 



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