A escritora Thalita Rebouças parece ser unanimidade entre os jovens, colecionando sucessos seja na literatura ou no cinema, como foi com 'Tudo Por um Pop Star' em 2018. O primeiro, responsável por levar mais de 1,2 milhão de brasileiros aos cinemas, deu força à sequência, 'Tudo Por um Pop Star 2', que fez estreia na quinta (10), com roteiro também assinado por ela.
Ainda bastante jovem e musical, o longa faz referências pontuais ao primeiro, mas é uma história nova, em um contexto reformulado, cheio de nuances capazes de conversar com o contexto dos jovens atuais, por exemplo.
A trama da vez acompanha três amigas, Duda (Gabriella Saraivah), Bia (Bela Fernandes) e Julinha (Laura Castro), assim como no primeiro longa da franquia. As três moram na cidade de Resende, no interior do Rio de Janeiro, e estudam no mesmo colégio das protagonistas do primeiro filme. Uma faixa etária mais acima das de 2018, elas têm um sonho em comum: viajar para acompanhar o show de um ídolo.
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Nem tudo é semelhança, entretanto. 'Tudo Por um Pop Star 2' abandona o universo das primeiras protagonistas adolescentes — na época com Gabi (Maisa), Manu (Klara Castanho) e Ritinha (Mel Maia) — para seguir por outro momento da juventude. Para as atrizes da vez, o cenário é ainda mais amplo, mas não perde em detalhes uma etapa com a qual muitos espectadores devem se identificar.
Bela Fernandes, intérprete de Bia no novo longa, explicou como enxerga a história. “É uma idade muito complicada, essa das meninas no filme, né? Todo mundo te vê como adulto, mas você ainda é jovem, você tem imaturidades, inseguranças, tem que arrumar trabalho, amor. Acho muito legal a gente ver um filme que foca nessa faixa etária, já que temos tantos filmes infantis, adolescentes. Retratar essas meninas de 20 anos, vivendo essa fase da juventude, é bem legal também”, disse em entrevista ao Diário do Nordeste.
Se a ideia é retratar esse universo, nada mais justo do que incluir temáticas tão caras à nossa atualidade. Nisso, Thalita Rebouças não perde nem um pouco a mão nesse novo roteiro. A escritora sabe bem como entrar no mundo das geração Z de forma leve e cômica, enquanto faz um contraponto importante em temas como a maturidade no fim da adolescência, a vontade de crescer e não esquece até mesmo de conscientizar temas como assédio, por exemplo.
“O filme crava muito quando trata essas protagonistas como mulheres, ainda que com anseios de garotas. São jovens adultas e o legal acaba sendo perceber que mesmo nessa troca geracional, o filme segue muito a essência do primeiro também”, opinou Lucas Burgatti, que faz o papel de Diggy, o popstar que dá sentido ao título na história.
Acertos e falhas
Uma das falhas do filme talvez esteja na falta da presença das protagonistas anteriores. De alguma forma, as três que deram vida à primeira história são quase uma lacuna nessa continuação, o que acaba dificultando o processo de enxergá-lo como uma franquia. Maisa, Mel Maia e Klara Castanho com certeza poderiam ter feito uma leve participação, o que sem dúvida faria a trama crescer mais ou até levar mais gente às telas do cinema.
O saldo final, no entanto, é bastante positivo. 'Tudo Por um Pop Star 2' sabe brincar com temas importantes e comuns em um road movie, e certamente o faz de forma leve. Os personagens incorporam o carisma do primeiro longa, as cenas musicais divertem quem assiste e, mais uma vez, uma história de Thalita Rebouças tem potencial tremendo de furar a bolha para agradar crianças, jovens e adultos.