Vannick Belchior irá gravar DVD cantando as coisas que aprendeu nos discos

Cantora fará homenagem ao pai, Antônio Carlos Belchior, em espetáculo inédito no Cineteatro São Luiz

Legenda: Vannick Belchior sabe o que faz e a música tem feito se reencontrar com passado abrindo portas para um futuro muito bonito
Foto: Gabriel Pacífico/Divulgação

A descoberta de novos talentos no cenário musical brasileiro surge no meu coração feito alívio, já que nosso cancioneiro popular anda tão maltratado e precisa desse respiro. É com esse entusiasmo que anuncio a gravação do DVD de Vannick Belchior, do espetáculo “Das coisas que aprendi nos discos”, no próximo dia 22 de maio, no templo sagrado que é o Cineteatro São Luiz.

O show tem como repertório as canções do pai da cantora, nosso eterno Belchior, falecido em 2017. O nosso “rapaz latino americano” é uma referência artista no País, mas, para a jovem, interpretar as composições do pai também é resgatar um lado importante de suas origens.

É impossível você olhar e ouvir Vannick sem encontrar aquela identidade do Bel, seja nos agudos da voz, ou até mesmo no gesticular das palavras. Ainda assim, a moça carrega um sorriso sincero estilo Elis Regina, dando um ar carismático de quem nasceu para os palcos.

Além das canções mais conhecidas do pai, como “Paralelas”, “Como nossos pais” e “A palo seco”, o show promete mostrar outras canções que não são tão conhecidas de Belchior, como “Retórica Sentimental” e “Carisma”. Tudo isso sob a direção musical de Lu D’Sousa, também responsável pelos arranjos que darão uma nova roupagem para as canções.

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Como já escrevi em outra edição desta coluna, Vannick se descobriu cantora na maturidade. Hoje com 25 anos, viu sua carreira profissional começar de forma muito repentina e pelas mãos de um dos maiores instrumentistas deste País, o grande maestro Tarcísio Sardinha, que afirmou saber, a partir de então, com quem iria tocar para matar a saudade de Belchior. A ligação com o músico foi pedra fundamental para adentrar naquela nova vida. 

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Legenda: Vannick mostrará também "Lado B" das músicas de Belchior
Foto: Divulgação/ Gabriel Pacífico

Nesse pouco mais de um ano de trajetória, Vannick já fez vários shows, além da gravação do single com um medley de “Divina Comédia Humana” e “Medo de Avião” e o espetáculo “Das coisas que aprendi nos discos”, o que só consolida a decolagem de uma trajetória profissional que tem tudo para ser brilhante.

É importante frisar que, mesmo tendo voz semelhante à do pai, seus próximos passos já podem ser planejados independentemente da relação, pois seu talento já é suficiente. Aliás, Vannick possui uma cearensidade quando canta, uma interpretação muito nossa, o que causa também uma empatia com o público do Estado.

O que pouca gente sabe é que Vannick também já pensa em ser compositora e já tem alguns trabalhos. Em conversa no início do ano, ela contou que ainda aguarda segurança para apresentar para seus admiradores esse seu outro lado, o que mostra mais uma vez essa responsabilidade quanto ao chão que agora pisa.

Saber respeitar a arte é fundamental e é o que mais falta naqueles que agora estão querendo adentrar neste mundo. Ser artista não é só ter talento e tampouco um rostinho bonito. Tem que ter força e desejo de compreender que a cultura é uma forma de representação de almas, uma catarse plural que é representada em sons, rabiscos e expressões.

Vannick sabe o que faz e a música a tem feito se reencontrar com o passado, abrindo portas para um futuro muito bonito, pois, quando ela está sob as luzes, já se mostra sem medo de nada. Quem puder conferir a apresentação do próximo domingo (22), acredito que será uma boa escolha para quem deseja embarcar nas músicas de Belchior que resgatam de Beatles à Edgar Allan Poe, além de adentrar no íntimo do cearense e conhecendo o nosso lugar. 

 


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