Imagem da idosa que não aplicou filtro solar no pescoço chocou? Protetor precisa ser no corpo todo

Saiba mais sobre a importância do uso protetor solar todos os dias e qual a quantidade recomendada para rosto e corpo

Legenda: Foto é objeto de estudo de Christian Posch, pesquisador no Departamento de Dermatologia da Universidade Técnica de Munique, na Alemanha
Foto: C. Posch/ Journal of The European Academy of Dermatology and Venereology

A imagem da mulher de 92 anos que, por mais de 40 anos, só aplicou protetor solar no rosto chocou muita gente e só evidenciou a importância do produto. A verdade é que o maior anti-idade que temos é também um item de uso muito negligenciado e aqui vai um lembrete: filtro solar é no corpo todo e todo dia.  

Especialmente no clima quente do Ceará, com fortes incidências dos raios ultravioletas A e B (UVA e UVB) durante todo o ano, o filtro solar se torna item indispensável nos cuidados com a pele, não só pela estética em si, mas como prevenção ao câncer de pele. Os últimos meses do ano, inclusive, são os mais quentes por aqui

A médica dermatologista Larissa Bonfim ressalta a importância da aplicação do protetor em todas as áreas expostas ao sol.  

“É comum, nós dermatologistas, atendermos pacientes que têm o hábito de aplicar o protetor solar só no rosto, mas que ainda negligenciam outras áreas. Pescoço, colo, braços, orelhas e couro cabeludo são regiões frequentemente acometidas pelo câncer de pele e merecem atenção especial quanto à proteção solar rotineira”, aponta.  

De acordo com a dermatologista, os protetores agem interferindo e reduzindo a radiação solar incidente na pele, promovendo uma redução dos malefícios.  

Qual a quantidade ideal? 

A recomendação da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) é uma colher de chá de protetor solar no rosto, no pescoço e na cabeça; outra colher de chá de protetor para a parte da frente do tronco e outra para a parte de trás; uma colher de chá para cada braço; e uma colher de chá para a parte da frente de cada perna e outra para a parte de trás de cada perna. 

A entidade indica ainda o uso de protetores solares com FPS (fator de proteção solar) mínimo de 30, mas a quantidade recomendada deve ser respeitada. É necessário também reaplicar o produto de 3 em 3 horas e, caso haja transpiração excessiva, exposição solar prolongada ou após sair da água, de 2 em 2 horas.  

Protetor é pra todo mundo e todo dia 

Engana-se quem pensa que só pessoas de pele mais clara precisam usar o filtro solar.  A dermatologista afirma que o uso de medidas de foto proteção, incluindo o uso do protetor solar, é recomendado para indivíduos de qualquer coloração de pele.  

“Ainda que os pacientes de pele negra possuam menor risco de câncer de pele, eles estão mais propensos a desordens pigmentares, como o melasma e a hiperpigmentação pós-inflamatória”. 
Larissa Bonfim
dermatologista

Eu sei da dificuldade que pessoas de pele negra têm de encontrar um protetor que não embranqueça ou não acinzente a cor natural, mas como cosmético é teste, é importante encontrar um filtro pra chamar de seu. Hoje, já existem opções e, com a indicação certa, é possível ter um resultado satisfatório.  

Além disso, é importante lembrar que o protetor solar não deve ser só usado nos dias de praia. Protetor é todo dia, inclusive quando estiver nublado, e deve ser aplicado em todas as áreas expostas ao sol. Braços, pernas, mãos, pés, colo e pescoço, principalmente.  

Ah, outro adendo: mesmo que você não vá sair de casa, passe o filtro. De acordo com Larissa, estudos já constataram que outras radiações presentes na luz, como a luz visível ou a azul (presente em telas de computadores e de celulares), são capazes de intensificar o envelhecimento da pele e podem até piorar o melasma.  

Filtro físico x químico 

Com a evolução do mercado de cuidados com a pele, são várias as opções encontradas em farmácias, entre elas: o filtro físico e o químico. O primeiro impede que a pele não absorva os raios porque contêm substâncias refletoras, enquanto o segundo age de forma mais complexa.  

“Quando os raios atingem o corpo, encontram moléculas do produto que absorvem a energia do Sol. A absorção agita as moléculas, que ficam em estado de excitação, voltando em seguida ao estado natural, o que faz com que a pele receba uma fração de energia solar menos agressiva e reflita o restante”, explica Larissa sobre os filtros químicos. 

Porém, o protetor do tipo físico pode não ser o preferido de muitos, já que tem o aspecto mais espesso e esbranquiçado, o que não acontece com o químico. Há ainda, no mercado, os que mesclam ambas tecnologias.