A harmonização facial virou febre especialmente entre as celebridades. Sair do BBB e conseguir ‘permuta’ pra fazer o procedimento virou até meme. Porém, o exagero pode não trazer um resultado tão harmônico assim e de brinde o arrependimento. A cantora Gabi Martins, por exemplo, realizou no final do ano passado processo de reversão da harmonização.
Em junho de 2022, ela falou em uma entrevista que havia se arrependido. “Naquele momento, eu me empolguei. Confesso que me arrependi um pouco. Eu senti que poderia ter feito menos”, revelou.
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Quem também optou por retirar parte dos preenchimentos do rosto foi Gkay. “Fiquei sumidinha porque fiz mais uma retirada de preenchimento, dessa vez na região do malar, que é essa parte superior das maçãs do rosto”, disse ela aos seguidores no início de fevereiro.
Embora a harmonização facial seja passível de reversão, o procedimento oferece riscos ao paciente e deve ser manipulado por um profissional capacitado e em local adequado, conforme destaca a dermatologista especialista em estética avançada Kaline Ferraz.
Para entender como funciona a reversão desse procedimento, primeiro é preciso entender o que é a harmonização facial. A dermatologista explica que consiste em um “conjunto de procedimentos que visam à harmonia do rosto por meio do uso do ácido hialurônico aplicado em pontos estratégicos, como maçãs do rosto, mandíbula, áreas que precisam de mais estruturação e preenchimento”.
Dessa forma, a retirada do ácido hialurônico precisa ser feita com um ativo específico, conhecido como enzima hialuronidase, capaz de dissolver a substância e reverter o processo.
“Não necessariamente vai ser revertido 100%, porque o ácido hialurônico não é totalmente degradado, pode ficar encapsulado e a enzima não alcançar. Por isso, não deve ser uma coisa feita de rotina, a reversão não é tão fácil assim”.
Kaline aponta, por isso, que o melhor a se fazer é aplicar o ácido hialurônico com cautela e sem excessos para que não se precise reverter. “Fora que usar uma quantidade grande de ácido hialurônico, pra reverter precisa usar também uma grande quantidade de hialuronidase e isso traz riscos pra saúde”.
Entre os riscos à saúde do paciente, está o choque anafilático, uma reação grave do corpo em contato com substâncias às quais têm alergia, que pode afetar o sistema respiratório e levar a morte. Por isso, a dermatologista recomenda que o procedimento seja feito com um médico que estará apto a conduzir o episódio caso aconteça.
O local onde o procedimento é realizado também precisa estar equipado com desfibrilador e oxigênio em caso de complicações.
“O ideal é fazer a reversão em etapas e não tudo de uma vez. O resultado da enzima é rápido, em 48 horas já é possível ver, sai o inchaço, mas não se pode usar uma grande quantidade de uma vez”, detalha a dermatologista.
Além da reação alérgica, também há riscos de deformidades que podem acontecer na hora da retirada. As contraindicações para fazer a reversão são as mesmas da aplicação do ácido hialurônico, de acordo com Kaline. Gestantes, pacientes que têm mais risco de ter um choque anafilático ou alergias a componentes da fórmula não podem realizar o procedimento.
Outra opção para quem se arrependeu do procedimento é esperar o ácido hialurônico ser absorvido pelo corpo, o que acontece entre seis meses e dois anos, a depender do tipo de substância utilizada e do organismo de cada indivíduo.
Kaline aponta que no caso da aplicação em áreas de sustentação do rosto, como maçãs, mandíbula e queixo, o ácido hialurônico deve ser mais espesso, o que faz com que a duração seja maior, entre um e dois anos.
Já os de concentração moderada, usados nos lábios, bigode chinês e olheiras, duram, em média, um ano a um ano e três meses. Os mais finos aplicados em rugas finas, por sua vez, podem durar menos de um ano.
A médica pontua que não é possível definir um valor fixo do procedimento, já que depende da quantidade de produto utilizado.
Porém, a reversão custa menos do que o processo de harmonização facial, obviamente há a variável da quantidade de produto.