Minha Casa Minha Vida: quais os impactos para o Ceará com as novas medidas do programa?

O programa corresponde à metade dos lançamentos no mercado imobiliário cearense, de acordo com Sinduscon-CE

Legenda: Mudanças anunciadas pelo Conselho Curador do FGTS na última terça-feira (20) devem aquecer o mercado imobiliário e aumentar a geração de empregos na construção civil
Foto: Thiago Gadelha/SVM

Para além do aquecimento do mercado imobiliário, as mudanças operadas pelo Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) devem alavancar a geração de empregos na construção civil e também ter impactos sobre a decisão de reduzir a taxa básica de juros, a Selic.

O economista Ricardo Coimbra destaca o peso que o setor da construção civil possui na geração de empregos no Ceará e no Brasil. “As medidas relacionadas ao MCMV são extremamente importantes na medida em que a construção civil é uma cadeia produtiva muito extensa”, explica.

Então qualquer tipo de mecanismo de estímulo ao fortalecimento dessa cadeia produtiva gera um grande impacto sobre a economia em qualquer local, principalmente a economia brasileira, que você tem uma parcela muito significativa dos trabalhadores inseridos nesse segmento"
Ricardo Coimbra
Economista

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará (Sinduscon-CE), Patriolino Dias, pontua que as medidas são fundamentais não apenas para gerar emprego e renda no Ceará, mas para a “concretização do sonho da casa própria de pessoas menos favorecidas, porque o subsídio foi melhorado e as taxas reduzidas”.

“Você insere algumas pessoas que não poderiam comprar a casa a própria”, destaca o presidente do Sinduscon-CE. De acordo com ele, o Minha Casa, Minha Vida corresponde a ⅓ dos lançamentos no mercado imobiliário cearense.

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O Conselho Curador do FGTS aumentou o subsídio para unidades do programa, reduziu a taxa de juros para famílias de baixa renda nas faixas 1 e 2 do MCMV e corrigiu o valor dos imóveis que podem ser financiados.

Veja quais foram as mudanças:

  • O subsídio para famílias de baixa renda nas faixa 1 (renda mensal de até R$ 2.640) e faixa 2 (até R$ 4,4 mil) passou de R$ 47 mil para até R$ 55 mil;
  • A taxa de juros para famílias que ganham até R$ 2 mil passou de 4,25% para 4% ao ano no caso das regiões Norte e Nordeste, e de 4,5% ao ano para 4,25% para Sudeste, Sul e Centro-Oeste;
  • O valor máximo do imóvel a ser comprado na faixa mais alta do programa, a faixa 3, para famílias que ganham entre R$ 4,4 mil e R$ 8 mil, passou para R$ 350 mil (antes esse teto era de R$ 264 mil);
  • O teto dos imóveis para faixa 1 e 2 do MCMV ficará entre R$ 190 mil e R$ 264 mil, a depender da localização do imóvel.

Juros

Quanto à taxa básica de juros, Ricardo Coimbra acredita que uma redução influenciada pelas mudanças no MCMV deve ocorrer, talvez não na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), mas que isso provavelmente ocorrerá na reunião de agosto. Atualmente a Selic está em 13,75% ao ano.

Ele também acredita que os efeitos das mudanças no programa habitacional serão sentidos na expectativa de crescimento para a economia brasileira em 2023 “em um patamar bem maior do que se tinha no início do ano”. “O conjunto dessas medidas visa aumentar o percentual de pessoas que possam ter acesso ao financiamento”, reforça Coimbra.

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