Com alta procura e recorde de vendas, imóveis em Fortaleza devem ficar menores e mais caros em 2025
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O preço dos imóveis novos teve alta em Fortaleza no ano de 2024 e a tendência é que continue subindo neste ano. Enquanto isso, o que se observa é apartamentos com área cada vez menor, cenário que se estende do padrão econômico ao luxo e super luxo, passando pelo médio padrão.
A analista de Inteligência de Mercado da Brain, Gisele Pereira, pontua que Fortaleza é uma cidade que vivencia “uma forte valorização do solo”. “Até os loteamentos fechados estão superando a marca de R$ 1,5 mil o metro quadrado, então os terrenos em Fortaleza são mais caros. É natural que as construções passem a ser mais caras porque a base da construção já está com um preço mais elevado”.
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Gisele apresentou na manhã da última quarta-feira (29), na sede do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará (Sinduscon-CE), pesquisa com os detalhes do desempenho do mercado imobiliário no ano de 2024. Ao todo, o setor vendeu R$ 8,5 bilhões no ano passado em Fortaleza e região metropolitana, alta de 25% na comparação com o ano de 2023. Foi o melhor resultado dos últimos oito anos.
O levantamento mostra uma alta de 11% no preço do metro quadrado de imóveis no padrão econômico, acréscimo de quase R$ 2 mil entre o início e o fim de 2024. “É uma diferença bem significativa. Provavelmente no próximo ano esse preço continuará subindo. O que vai acontecer é que o tíquete vai se manter perto dos R$ 300 mil, não vejo num curto espaço de tempo a possibilidade desse tíquete subir tanto para bater no teto de R$ 350 mil”, diz.
Demanda por imóveis
Ela destaca que há uma demanda muito intensa em Fortaleza por imóveis de padrão econômico. “É um produto muito interessante e que provavelmente vai ficar dentro dessa faixa de R$ 280 mil a R$ 300 mil a unidade, então vai ter um aumento de preço e diminuição de metragem”.
O presidente do Sinduscon-CE, Patriolino Dias, corrobora que a necessidade segue “muito forte no padrão econômico” em 2025. “O déficit habitacional é gigantesco e tivemos também a classe média fazendo um upgrade nos imóveis. A gente acredita que a demanda por imóveis existe, a gente só precisa ficar de olho na macroeconomia: nas taxas de juros e no desemprego, que está baixo e tem refletido justamente no apetite das pessoas pela aquisição de imóveis”.
Imóveis menores: uma tendência nacional
A analista destaca que imóveis menores são uma tendência que isso chega também aos padrões de luxo e não é uma especificidade de Fortaleza, estando em outros estados. “Hoje, em São Paulo, por exemplo, a gente chega a ter unidades Minha Casa, Minha Vida, de 32 metros quadrados, com dois dormitórios e bom desempenho de venda”, frisa.
“E da mesma forma que essa tendência atinge os produtos populares também chega aos padrões médio, alto, luxo e super luxo, porque aí temos produtos que o comprador vai olhar e adquirir aquilo que cabe nas condições de vida dele e na localização que ele quer”, diz.
Gisele reforça que as plantas de imóveis de luxo antes com 200, 250 metros quadrados estão sendo colocadas no mercado em número cada vez menor. “É muito comum encontrar luxo na casa de 110, 120, 140 metros quadrados e performando superbem. Vai chegar muito forte em Fortaleza”, analisa.
No bairro Meireles, em Fortaleza, a poucos metros da Avenida Beira Mar — ocupada por luxuosíssimos imóveis, alguns em construção e outros já prontos que chegam a R$ 17 milhões —, um empreendimento com previsão de entrega em dezembro de 2025 possui opções de plantas a partir de 36,4 metros quadrados anunciadas em sites de vendas de imóveis por R$ 575,5 mil.
Turismo e seus impactos no mercado imobiliário
Por ser uma cidade com vocação turística, Fortaleza atrai investidores interessados em fazer negócios nas mais diversas áreas e isso impacta o mercado imobiliário. “Pessoas de outras regiões, até mesmo de São Paulo e Rio de Janeiro que desejam investir e ter um retorno mais rápido acabam adquirindo imóveis em Fortaleza porque tem um movimento turístico fantástico”, diz.
Assim, ela pondera que os imóveis menores, apesar de serem uma tendência, ainda são muito voltados para a compra para aluguel, seja por temporadas menores ou maiores. “Para moradia, a unidade compacta ainda não é uma realidade tão forte em Fortaleza. As pessoas ainda querem uma unidade maior e está aí o Eusébio crescendo justamente por causa disso”.
“Há uma tendência natural de que as pessoas que ocupam essas unidades são as mais jovens, que estão na primeira moradia, geralmente, que estão vindo para estudar e aí essas pessoas consomem a locação. Mas não necessariamente essa tendência (de compra de imóveis menores para investimento com aluguel) vai permanecer".
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