Setor produtivo avança, mas tratativa do hidrogênio verde ainda esbarra no Congresso Nacional

Fiec promove evento sobre perspectivas da nova fonte de energia, mas o que depende da política ainda precisa avançar

Legenda: O presidente Ricardo Cavalcante discursou na abertura do Fiec Summit Hidrogênio Verde
Foto: George Lucas/Fiec

Baseada em estudos realizados no Brasil e no exterior, a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) vem afirmando ser a geração de hidrogênio verde uma perspectiva animadora para o Ceará em termos de desenvolvimento econômico, industrial e tecnológico. A representação empresarial tem grandes expectativas quanto a isso, mas está encontrado obstáculos na aprovação de uma legislação no Congresso Nacional.

A Câmara e o Senado já criaram comissões específicas para discutir o assunto - inclusive com a presença notável de parlamentares cearenses -, e ambas já apresentaram até propostas de regulamentação. Entretanto, até o momento, não se chegou a um consenso sobre os termos desta regulamentação, nem sobre como as duas casas legislativas irão se entender em relação ao tema.

A Fiec realiza nesta quarta-feira (25) e quinta-feira (26) o Fiec Summit Hidrogênio Verde, um debate entre empresários, políticos e especialistas em transição energética para discutir os principais desafios e as oportunidades para o Ceará e o Brasil no contexto mundial.

É preciso reconhecer que em âmbito estadual, o governo do Ceará tem também levantado a bandeira dessa nova matriz energética, mas a questão demanda mesmo o engajamento das autoridades federais, ainda sem sucesso em relação à urgência da demanda.

O colunista deste jornal, Egídio Serpa, publicou nesta quarta-feira uma nota destacando a declaração do presidente da entidade, Ricardo Cavalcante, sobre o papel do setor privado. Ele disse o seguinte: “no Sistema Fiec, nós acreditamos que, juntos, podemos fazer a diferença e contribuir para uma transição energética bem-sucedida! Enfim, estamos fazendo a nossa parte. A indústria cearense e brasileira está preparada e ávida para contribuir”.

Cavalcante tem defendido a causa do Hidrogênio Verde como bandeira da indústria cearense, destacando a abundância de fontes de energia renovável no Estado. O progresso, no entanto, tem encontrado empecilhos no cenário político. Como a maior parte do investimento é estrangeira, há uma urgência em regulamentar o tema em âmbito nacional.

Recentemente, o empresariado cearense cobrou do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, empenho na normatização de uma política nacional de hidrogênio, além da regulamentação da geração eólica offshore. Até o momento, entretanto, não se observam avanços concretos.

Este conteúdo é útil para você?