Projeto que pune servidores não vacinados deve gerar embate ideológico na Assembleia

A proposta do Governo do Estado está em discussão na Assembleia Legislativa do Ceará e será votada em regime de urgência

Legenda: Para deputados, profissionais da segurança estão no centro do debate a respeito do projeto do Governo
Foto: Governo do Estado

O projeto do Governo do Estado que prevê punição a servidores públicos que não se vacinarem contra a Covid-19, em discussão na Assembleia Legislativa, deve gerar um debate ideológico sobre o assunto. E os profissionais de segurança pública estão no centro do debate. 

A proposta está tramitando em regime de urgência, portanto, deverá ser aprovada até a próxima semana, conforme a previsão da base aliada do governador Camilo Santana (PT). Os governistas têm ampla maioria no Legislativo.  

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Pelos cálculos apresentados pelo Governo do Estado, Fortaleza tem, hoje, cerca de 96 mil pessoas acima de 40 anos não vacinadas e que poderiam tomar a primeira dose apenas levando um documento de identificação aos postos. 

Nos bastidores, deputados estaduais apontam como um dos maiores problemas estando nas forças policiais. O deputado Renato Roseno (Psol), por sinal, disse, nesta quarta-feira (18), durante um discurso, que somente na Polícia Penal, que atende as unidades prisionais no Estado, cerca de 150 agentes se recusaram a tomar a vacina. O total é de 3 mil profissionais em trabalho regular. 

O parlamentar solicitou informações ao Estado sobre como está o panorama nas demais corporações.  

Razões ideológicas

Para os deputados, os servidores, principalmente os que trabalham em contato direto com o público, precisam estar imunizados.  

Reservadamente, parlamentares dizem que há muitos servidores, inclusive policiais, que, por razões ideológicas, optaram por não tomar a vacina.  

Nesta quarta (18), durante o debate, a deputada Dra. Silvana (PL) fez críticas à aprovação da urgência à tramitação do projeto. Ela defende que haja mais companhas de esclarecimentos para incentivar a vacinação, ao invés de “ameaças de demissão”.