Os movimentos recentes do comando do PDT no Ceará ainda estão sendo assimilados pelas lideranças do partido. Geralmente impulsionados por interesses individuais, os parlamentares têm diferentes interpretações do acordo entre Cid Gomes e André Figueiredo, que, supostamente, pretendia encerrar os conflitos internos.
O armistício foi anunciado na quinta-feira (6), e resultou no pedido de licença de Figueiredo do comando do partido no Estado, permitindo que o senador assumisse a executiva estadual. Em teoria, o objetivo seria pacificar o partido, mas as conversas de bastidores indicam que não foi bem isso que aconteceu.
Na última sexta-feira (7), Cid Gomes reuniu deputados estaduais para discutir o acordo com André Figueiredo. No entanto, o almoço foi indigesto. O grupo de parlamentares mais ligados ao governo Elmano criticou o acordo.
Segundo divulgado, Cid permanecerá no comando até novembro, e em dezembro haverá uma convenção na qual André Figueiredo seria candidato a presidente com apoio do senador.
Para os deputados presentes, o acordo não altera o cenário de desconfiança, especialmente entre prefeitos preocupados com problemas de liderança do partido às vésperas das eleições do próximo ano.
O principal fator de tensão interna é a disputa pela Prefeitura de Fortaleza no próximo ano. O grupo de pedetistas mais ligado ao Estado defende Evandro Leitão como candidato a prefeito na sucessão de Sarto.
Uma outra ala opta pela candidatura à reeleição do atual prefeito. Alguns membros chegam até a sugerir que Roberto Cláudio seja o candidato.
Com a presidência do maior partido do Estado nas mãos, Cid retorna ao cenário eleitoral cearense com mais força. No entanto, a reação dos correligionários ao acordo firmado na última semana dá a medida das dificuldades que ele terá pela frente.
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