O que Capitão Wagner falou a Sarto por telefone após o resultado da eleição

Caberá ao pedetista, prefeito eleito, o papel de pacificar a população fazendo um trabalho que alcance os mais diversos interesses da Capital

Legenda: Sarto Nogueira e Capitão Wagner fizeram o segundo turno em Fortaleza

O prefeito eleito de Fortaleza, Sarto Nogueira (PDT), está consciente de que uma das missões do seu governo, que começa em 1º de janeiro, será unificar a cidade. O resultado das urnas mostrou um eleitorado dividido. Capitão Wagner (Pros), o candidato derrotado, obteve 48,31% dos votos válidos, ante 51,69% do vencedor da disputa.

Caberá a Sarto o papel de pacificar a população fazendo um trabalho que alcance, tanto quanto possível, os mais diversos interesses da cidade.

Inclusive, os dois falaram sobre o resultado das urnas em ligação feita por Wagner a Sarto no domingo à noite, logo após a confirmação do resultado do pleito.

O diálogo civilizado é alvissareiro para a Capital cearense. Ao eleitor, não interessa mais perder tempo com embates inócuos. A relação precisa ser de alto nível, mesmo na discordância.

Conversa

Capitão Wagner telefonou para José Sarto para reconhecer o resultado das urnas, favorável ao pedetista, para falar sobre essa missão de pacificar a cidade e também se colocar à disposição para, como deputado federal, ajudar na busca por recursos do governo federal para a Capital cearense.

O prefeito eleito Sarto Nogueira relatou a este colunista ter considerado elegante o gesto de Wagner de telefonar e se dispor a ajudar. 

Os dois fizeram campanha com ataques mútuos, em temperatura elevadíssima em alguns momentos. Os embates motivaram um texto desta coluna alertando que ambos, no segundo turno, haviam rompido o limite do bom senso e que aquele tipo de embate não interessava ao eleitor.

Além do protocolo

O ato de o perdedor ligar para o eleito, de qualquer forma, é protocolar. O maior desafio mesmo será como vai ser a condução dos grupos políticos durante o exercício do mandato que começa no dia 1º de janeiro.

Quem venceu precisa governar e os desafios são enormes. Quem perdeu, monta a trincheira vigilante da oposição para fiscalizar o Executivo.

Ambos, entretanto, precisam ter o compromisso da civilidade e dos ritos democráticos. A política feita na base do conflito constante parece ter recebido um sinal de alerta do eleitor em todo País.